O crescimento económico de África deverá fixar-se nos 3,5% este ano e 4,2% em 2025, prevê a Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA).
O crescimento das economias africanas registou em 2023 uma descida de 2,8% face aos 3,1% em 2022, devido ao aperto da política monetária, procura limitada das exportações africanas e impacto da guerra na Ucrânia, observa a instituição, citada pela agência Lusa.
Segundo a secretária executiva adjunta da instituição, Hanan Morsy,
estima-se uma descida da inflação no continente de 18,3% no ano passado para 14,5% este ano e 10,6% em 2025, devido "à manutenção dos apertos na política monetária e preços elevados no sector alimentar e energético".
A UNECA prevê que, num contexto de desvalorização das moedas nacionais, os custos com a dívida tenham aumentado e as economias dos países africanos tenham sido prejudicadas pelas múltiplas crises que afectam o continente.
"Estas múltiplas crises que temos enfrentado continuaram a perpetuar e exacerbar os níveis de pobreza, desigualdade e desemprego, com 476 milhões de pessoas a passar por pobreza extrema, o que é um aumento de 71% face ao que se registava em 1990", observou Hanan Morsy.
Sublinhou que o número de pessoas que estão vulneráveis à pobreza extrema aumentou 28% entre 2019 e 2023, o que aumenta o desemprego e a desigualdade de género.