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O cenário que se avizinha para a banca angolana em 2020

Adão Gil
11/10/2019
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Foto:
Carlos Aguiar e Arquivo

Depois de deixar encerrar três bancos no início de 2019, o Executivo, ficará marcado pela avaliação dos activos dos bancos comerciais com base no memorando com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

 

Tendo Junho de 2020 como meta para a reestruturação da banca, os seis maiores bancos do país estão a ser submetidos a um processo de avaliação da qualidade dos activos, entre eles os bancos de Fomento Angola (BFA), Internacional de Crédito (BIC), Económico (BE), SOL, de Negócios Internacional (BNI) e o Angolano de Investimentos (BAI).

Constata-se que os problemas de solidez, elevado malparado, dependência dos cambiais, preocupante exposição àdívida pública, deterioração de balanços, fraca qualidade de activos e concentração elevada (os Big Five controlam mais de 70% dos activos edepósitos), sintomas identificados pelo FMI, ainda preocupam o sector.


De acordo com balancetes trimestrais dos bancos, o resultado líquido de seis das 26 instituições a operarem no sector bancário afundou cerca de 28% no primeiro semestre do corrente ano, face ao período homólogo de 2018, uma queda em mais de 100 mil milhões Akz, o equivalente a 273,4 milhões de dólares. Até Junho de 2019, os lucros dos bancos supracitados ascenderam a mais de 260,7 mil milhões Akz, contra os 361mil milhões Akz apurados no período homólogo de 2018, com o BAI a representar cerca de 35% dos resultados, o equivalente a 90,7 mil milhões Akz. Com os lucros em alta, embora muito abaixo de 2018, os maiores bancos continuam a concentrar aplicações em títulos do tesouro, principal fonte de receitas, quando os activos, de um modo geral, estão hoje avaliados em 13 biliões de Kwanzas.

O economista Fernando Vunge não tem dúvida de que se avizinham novas fusões ainda este ano e no princípio de 2020, antes do fim da meta do FMI, já que a avaliação da qualidade dos activos dos bancos comerciais, (que, numa primeira fase, abrangeu os 12 maiores bancos do país), poderá pressionar os accionistas a tomar decisões nesse sentido. “Acho que as avaliações darão elementos suficientes para a emissão de novos normativos conducentes a um eventual aumento dos limites mínimos previstos no Aviso 2/2018”, diz, referindo-se ao instrumento que obrigou ao aumento do capital social e fundos próprios regulamentares de 2,5 mil milhões de Kwanzas para 7,5 mil milhões de Kwanzas.

Leia mais na edição de Outubro de 2019

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