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Surto de cólera força governo do Zimbabwe a limitar reuniões públicas

Victória Maviluka
27/3/2024
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Foto:
DR

Conselho de Ministros ordenou que, no futuro, não se realizem reuniões da igreja sem que os líderes da igreja instalem furos, bem como infra-estruturas de saneamento.

O Governo zimbabweano decidiu, nesta terça-feira, 26, limitar a realização de reuniões públicas no âmbito das medidas de controlo rigoroso do surto de cólera, que já matou mais de 550 pessoas desde Setembro de 2023.

A medida tem como principal incidência as actividades religiosas, cujas reuniões, normalmente, concentram um número significativo de pessoas, sobretudo, em época de Páscoa.

"No período que antecede as férias da Páscoa, o Conselho de Ministros deu instruções ao Ministério da Saúde para intensificar o controlo e a supervisão de todas as reuniões públicas para minimizar a propagação da cólera", anunciou Jenfan Muswere, ministro da Informação e porta-voz do Governo.

Em conferência de imprensa, Muswere acrescentou que o Conselho de Ministros ordenou ainda que, no futuro, não se realizem reuniões da igreja sem que os líderes da igreja instalem furos, bem como infra-estruturas de saneamento.

O Presidente do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, ordenou a instalação de furos alimentados por energia solar nos locais onde se realizam frequentemente reuniões públicas para "garantir o fornecimento de água potável e saneamento", disse, citado pela Lusa.

Além disso, de acordo com o ministro da Informação, "todas as reuniões devem obter autorização prévia (...) das autoridades sanitárias", com o objectivo de travar um surto que já registou cerca de 29 mil infecções desde o ano passado e espalhou-se pelos 64 distritos do país.

Em 2008, o Zimbabwe sofreu um surto de cólera que matou mais de 4 mil pessoas e infectou cerca de 100 mil em todo o país.

A cólera é uma doença diarreica aguda causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados com a bactéria 'Vibrio cholerae'.

A doença, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS),  continua a ser "uma ameaça global para a saúde pública e um indicador de desigualdade e falta de desenvolvimento".

No passado mês de Fevereiro, a OMS alertou para um grave aumento dos casos da doença na África Oriental e Austral, sendo a Zâmbia e o Zimbabwe os países mais afectados, tendo também sido registadas infecções em Moçambique, na Tanzânia, na Etiópia e na República Democrática do Congo (RDC).