O Governo zimbabweano anunciou, no último fim-de-semana, a substituição, nos próximos 21 dias, do Dólar do Zimbabwe pelo ‘ZiG’ (Zimbabwe Gold), em resposta à hiperinflação que se regista no país.
Com a chegada do também designado ‘Ouro do Zimbabwe’, o Banco Central do país pretende estabilizar a economia, adoptando uma medida que favoreça a "simplicidade, a confiança e a previsibilidade" financeira.
O Zimbabwe enfrenta uma inflação a rondar oficialmente os 55%, depois de esta taxa ter atingido três dígitos em 2023, levando a que a moeda local perdesse praticamente 100% do seu valor em relação ao dólar americano, a moeda de referência para as transacções comerciais.
Em 2008, a inflação galopante destruiu a poupança e derrubou a economia do país ao ponto de os preços dos bens de consumo mudarem várias vezes por dia.
Os cidadãos do Zimbabwe têm, agora, 21 dias para trocar a moeda antiga pelo ZiG. Porém, a chegada da nova moeda não restitui automaticamente o optimismo.
Apesar de o país ter em mãos importantes reservas de ouro e outros metais preciosos, especialistas duvidam que sejam suficientes para sustentar a nova moeda em caso de volatilidade do preço do ouro.
Em Fevereiro último, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou que o Zimbabwe, país cuja maioria dos 16,3 milhões de habitantes vive na pobreza, iria conhecer uma desaceleração do seu crescimento económico na ordem dos 3,25 % em 2024.