Ramiro Barreira, presidente da Associação de Hotéis e Resorts de Angola (AHRA), entende que a essa decisão mostra que há contrariedade entre a prática e o discurso de aposta no turismo, bem como, a inépcia e incapacidade de intervenção do Ministério do Ambiente, Turismo e Cultura em todo este processo, o que indiciou evidentemente o seu papel secundário e marginal nas questões estratégicas do sector, "o que é, grandemente, um mau sinal", disse.
A falar em exclusivo a E&M, o Presidente da Associação de Hotéis e Resorts de Angola, Ramiro Barreira, lamentou o facto de a AHRA não ter sido ouvida em todo este processo. O que não entende, pois, refere, “é praticamente a única Associação do sector em termos de representatividade”. O que na sua opinião “é um mau sinal”, e mostra bem como anda a relação entre o Estado e o sector privado, naquilo que são, naturalmente, às grandes decisões que têm efeito nas políticas do sector no curto e médio prazo.
Aquele responsável refere que o efeito desta medida é a diminuição da oferta de alojamento no país, contrariando o propósito do aumento do turismo interno e internacional e que permite a redução dos preços dos alojamentos por meio do aumento da oferta e da competitividade. Para se ter ideia, refere, há províncias como por exemplo no Zaire e outras, com um déficit gritante de alojamento, "onde essa decisão não é bem-vinda nem colhe", rematou.
Questionado sobre uma solução alternativa, o responsável defendeu que devia ser aberto um processo negocial com o sector privado através da associação que dirige (AHRA), sobre a necessidade de garantir a manutenção do objecto que derivou a sua construção, através da afectação em consórcios de empresas do sector, num casamento de parcerias público-privadas, ou alienação, para garantir a sua rentabilização numa base de realismo, visando o futuro do turismo em Angola.