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Angola começa explorar neodímio e praseodímio nos próximos anos

Cláudio Gomes
8/2/2023
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Foto:
DR

O ministro Diamantino Azevedo disse que o início da produção de neodímio e praseodímio, recursos utilizados na fabricação de baterias para carros elétricos, está previsto para os próximos anos.

Ao discursar ontem, terça-feira,7, na abertura do Fórum de Investimento Mineiro, realizado à margem do Mining Indaba 2023, certame que decorre de 6 a 9 do mês e ano em curso, com o tema central "Desbloquear o Futuro da Mineração de África”, o político angolano disse que Angola tem depósitos significativos de minerais críticos para transição energética.

“Dada a necessidade urgente de desenvolver os minerais críticos de Angola, os esforços iniciais estão concentrados nos seguintes minerais: lítio, minério de ferro, níquel, chumbo, cobalto, cobre e elementos de terras raras, visando toda a cadeia de valor. (…) prevê-se que nos próximos anos seja iniciada a produção de neodímio e praseodímio, utilizados na fabricação de baterias para carros elétricos, além de cobre e nióbio.

Segundo o governante, este potencial indica que Angola pode dar um grande salto em termos de mineração de minerais críticos, nos próximos cinco anos. Isto significa que Angola pode dar um grande salto em termos de mineração de minerais críticos, nos próximos cinco anos.

O também chefe da delegação angolana que participa da maior bolsa de negócios mineiro africano, referiu que actualmente, os minerais críticos representam uma oportunidade geracional para o governo de Angola, economia e futuro líquido zero. “Eles são a base sobre a qual a tecnologia moderna é construída”, argumentou Diamantino Azevedo.

Durante a exposição patente em cinco páginas, o titular da pasta dos recursos minerais de Angola salientou que os minerais críticos são insumos essenciais para aplicações de energia renovável e tecnologia limpa.

“As baterias avançadas, ímãs permanentes, painéis solares, turbinas eólicas e pequenos reatores modulares, bem como aplicações de manufatura avançada, são alguns produtos que decorrentes do investimento na produção dos referidos minerais, além das tecnologias de defesa e segurança, semicondutores e produtos de consumo eletrônicos e infra-estrutura crítica”, enumerou.

De veículos eléctricos a semicondutores e turbinas eólicas a baterias, apontou, o mundo precisa de minerais essenciais para fabricar esses produtos, rematou. No entanto, sublinhou, “não devemos esquecer que minerais como fosfatos para a fabricação de fertilizantes também são críticos para a produção de alimentos necessários para os usuários finais do mundo melhor que queremos construir, a humanidade”.

“Deixem-me dizer e confirmar que não há transição energética sem minerais críticos e, é por isso que a resiliência da cadeia de suprimentos de minerais críticos é uma prioridade crescente para as economias avançadas. Significa que, sem minerais críticos, não há transição energética para Angola e para o mundo. Ao investir em minerais críticos hoje, estamos a construir uma base industrial sustentável em todos os minerais críticos para as próximas gerações”, sementou.

Papel dos investidores

O político angolano assegurou ao convidados que o país dispõe de um ambiente de investimento estável, de um forte modelo regulatório e de boa governança para atrair empresas confiáveis ​​e principais investidores do mundo, reconhecendo, por outro lado, o papel dos investidores privados.

“Para simplificar, podemos dizer que nossos potenciais investidores precisam confiar em alguém. Então, vamos fazer com que eles confiem em nós”, garantiu o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, realçando que Angola aguarda o investimentos privado estrangeiro para explorar e aproveitar o potencial existente.

Disse que as grandes empresas como a AngloAmerican, Rio Tinto, Ivanhoe e De Beers, bem como algumas empresas júniores de exploração, como a Tyranna Resources e a Pensana estão activas e em operação no sector mineiro angolano. Contudo, realçou que o Executivo procura mais empresas juniores do Canadá e da África do Sul para trabalhar connosco.

Na verdade, salientou, sem suprimento suficiente, os minerais críticos podem se tornar o gargalo, em vez de um facilitador, na transição energética. "É neste contexto que o Governo de Angola vê a necessidade de desenvolver a nossa cadeia de valor de minerais críticos, como uma oportunidade geracional para o nosso país", explicou.

Diamantino Azevedo disse que inicialmente os esforços do país estão concentrados nos minerais como o lítio, minério de ferro, níquel, chumbo, cobalto, cobre e elementos de terras raras, porém, tendo em vista “toda a cadeia de valor”.

Diamantino Azevedo é ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, o presidente do Conselho de Administração da FERRANGOL-E.P., presidente do Conselho de Administração da AEMR e do Conselho Geral e de Supervisão da SOMEPA. Igualmente, foi o secretário-geral da Rede Africana para Promoção dos Minerais Industriais.

De 2002 a 2006, foi director-geral dos Recursos Minerais da Africa Austral e Oriental, Tanzânia, além de docente de Economia Mineira na Faculdade de Engenharia de Minas da Universidade Agostinho Neto.