Angola rubricou, ontem (24.09) em Nova Iorque, Estados Unidos da América, acordos de concessão com a Zâmbia e a Africa Finance Corporation (AFC) para construção de uma linha ferroviária de, aproximadamente, 800 quilómetros, anunciou o Ministério dos Transportes em comunicado à media.
Os subscritores do respectivo acordo consideram fundamental que se construa uma infra-estrutura férrea para ligar o caminho de ferro de Benguela (Luacano) à linha ferroviária da Zâmbia (Chingola), pois cria um corredor comercial que facilitará a circulação de mercadorias e promover investimentos na agricultura, electricidade, mineração e saúde.
Prevê-se que a linha férrea, a construir no âmbito dos acordos assinados, refere o Ministério dos Transportes, crie benefícios económicos de, aproximadamente, 3 mil milhões USD para Angola e Zâmbia e reduza as emissões atmosféricas em pelo menos 300 mil toneladas por ano.
Durante a construção do caminho de ferro de quase 800 quilómetros, assinalou aquele órgão ministerial, dirigido por Ricardo D’Abreu, no comunicado, serão criados mais de mil e 250 postos de trabalhos directos.
“Angola tem o prazer de estabelecer uma parceria com a Africa Finance Corporation neste projecto transformador, que vai aprofundar o papel de Angola enquanto centro logístico regional e impulsionar o comércio não só com a Zâmbia, mas com o resto do mundo”, disse Ricardo D’Abreu.
Ainda para o titular da pasta dos Transportes de Angola, o País tem muito a ganhar, em termos de investimento e reputação, se em cada um dos projectos estruturantes seguir, assim como implementar as melhores práticas internacionais no domínio da protecção ambiental.
Face ao interesse das partes no acordo, como se pôde depreender do comunicado, a AFC assume a posição de promotora líder do projecto ferroviário Angola (Lobito) - Zâmbia, em colaboração com os Estados Unidos da América (EUA), União Europeia, Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Angola, República Democrática do Congo (RDC) e Zâmbia.
Após a assinatura do contrato de concessão, notou o comunicado, a AFC rubricou outro acordo para receber financiamento de 2 mil milhões USD da Agência de Comércio e Desenvolvimento dos Estados Unidos (USTDA) para a conclusão dos estudos ambientais e sociais do projecto.
Para a assinatura do acordo, Angola fez-se representar pelo ministro dos Transportes, Ricardo D’Abreu, enquanto a Zâmbia por Frank Tayali também titular da pasta dos Transportes daquele país vizinho.
“Os acordos foram assinados durante uma cerimónia organizada pelo secretário de Estado dos EUA, Antony J. Blinken, e pela Parceria do G-7 para a Infraestrutura e Investimento Global (PGI) da Administração Biden, à margem da 79ª sessão da Assembleia Geral da ONU (AGNU 79)”, refere o comunicado.