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Angola enfrenta défice de sangue nos hospitais

Cláudio Gomes
11/6/2021
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Foto:
DR

Citada pela LUSA, a directora do Instituto Nacional de Sangue assumiu ontem, 10 de Junho, que há défice de sangue nos hospitais e que o país tem apenas metade das doações necessárias.

A responsável fez tais pronunciamentos à margem das comemorações do Dia de Portugal em Luanda, assinalado com o lançamento de uma campanha de doação de sangue.

Segundo a LUSA, Deodete Machado disse que nesta época do ano há sempre um aumento de casos por malária que se cruzam com a anemia.

“Por via do aumento dos casos, temos uma diminuição de ‘stock’, por isso contamos com a parceria da sociedade”, declarou a responsável, afirmando que ontem foi a vez da embaixada portuguesa que deu hoje início à campanha “Estarmos Juntos, Está-nos no sangue”.

Quanto ao gesto levado a cabo pela embaixada portuguesa, que mobilizou uma campanha de doação de sangue, a especialista disse que se trata de uma boa ajuda e que se deve repetir, pois, referiu, vai ajudar a suprir a necessidade das pessoas que estão nas camas de hospitais”, frisou a responsável.

Deodete Machado sublinhou também, segundo a LUSA, que a sociedade se deve organizar para doar sangue pois “todos podem ajudar a diminuir o sofrimento das pessoas” e adiantou que “em situação normal, são necessárias em Luanda 300 unidades de sangue/dia”.

“Nesta altura, como a demanda é muito mais, precisamos de mais sangue”, reiterou a diretora do Instituto Nacional de Sangue.

No ano passado, salientou, foram recebidas 154 mil doações, mas as necessidades são estimadas em 300 mil, em situação normal, o que corresponde a 1% da população, com base nas orientações da Organização Mundial de Saúde.

“Em situação de crise, podemos falar em 3% a 5% da população a doar, isto quer dizer que temos de redobrar esforços, temos de fazer perceber as pessoas que o sangue é dado unicamente por humanos, que tem prazo de validade e que, na nossa situação, entra e é de imediato consumido”, destacou a diretora do INS.

Com feito, conforme as declarações da diretora do Instituto Nacional de Sangue, Deodete Machado, maior parte das doações que chegam ao Instituto são provenientes de familiares dos doentes.

“Nós não temos grupo de doadores voluntários, a maior parte das pessoas vão doar por que tem os seus amigos e parentes [internados], o sangue é direcionado. O que acontece é que estas pessoas, se tiverem doado só podem fazê-lo três meses depois se, for homem e quatro meses depois se for mulher”, prosseguiu, apontando situações particulares como os doentes de hemodiálise e anemia falciforme.

Deodete Machado pediu que “cada um faça o seu melhor” e deixou um alerta sobre o esgotamento do ‘stock’ de sangue.

“Estamos a falar de um produto extremamente necessário, que salva vidas, basta que tenha 18 anos, boa saúde e mais de 50 quilos de peso”, exortou