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Angola prepara-se para vacinar contra a Covid-19

José Zangui
3/12/2020
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Foto:
DR

Campanha de vacinação contra a pandemia deverá arrancar em Abril de 2021, segundo as previsões das autoridades nacionais.

O Governo angolano está em fase de preparação para a campanha de vacinação contra a Covid-19, processo que deverá arrancar no segundo trimestre de 2021 e que deverá contar com o apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a sua efectivação.

De acordo com a representante da OMS em Angola, Djamila Cabral, que falava aos jornalistas após um encontro com a ministra das Finanças de Angola, Vera Daves, neste momento, o trabalho que está a ser feito é juntar todos os fundos necessários para se comprar vacinas para cobrir pelo menos 20% da população dos países africanos.

No referido encontro foi abordado o mecanismo COVAX, que conta entre outros parceiros com a Aliança Global de Vacinas (GAVI), entidade a que preside o ex-primeiro-ministro de Portugal José Manuel Durão Barroso, estando também a ser já preparado um plano de vacinação.

O COVAX visa adquirir dois mil milhões de doses de vacinas para a covid-19 até ao fim de 2021 para 92 países beneficiários. Segundo consta, Angola, sendo um dos países subscritores do mecanismo, vai beneficiar deste apoio no acesso às vacinas.

“Estamos a trabalhar com o Ministério da Saúde para preparar o plano de vacinação”, adiantou Djamila Cabral, garantindo que já existem instrumentos que permitem fazer uma avaliação da capacidade de vacinação e da cadeia de frio - um dos desafios a resolver – bem como a definição das populações prioritárias.

A responsável da OMS sublinhou que “ainda não há vacinas para mandar para Angola” e que o próprio mecanismo prevê uma hierarquização, consoante as necessidades de cada país.

“Há países que estão a precisar mais do que outros, há países onde estão a morrer mais pessoas do que em outros”, notou, acrescentando que os números de Angola sugerem que não é dos mais atingidos pela pandemia, pois não está entre os países com mais casos.

“A estimativa que está a ser feita é que, a partir do segundo trimestre, possamos começar a receber [vacinas] nos países que estão a precisar mais na região africana”, o que ainda não está totalmente definido, tal como os custos. Segundo Djamila Cabral, para já o mecanismo pretende comprar as vacinas para doar, mas “é possível que, em algum momento, seja solicitada alguma contribuição”.

A representante da OMS admitiu que “houve tendência” para esquecer outras doenças devido à covid-19, sobretudo no início da pandemia, mas agora todos estão “conscientes de que é preciso reforçar as outras áreas”, nomeadamente a malária, tuberculose, VIH/Sida e saúde materno-infantil.

Por outro lado, Djamila Cabral elogiou o esforço do Executivo para aumentar as verbas para a saúde no Orçamento Geral do Estado, embora estejam ainda aquém do desejável, dizendo que foram também discutidas “alternativas que possam existir para garantir o financiamento da saúde e que os investimentos que são feitos hoje possam ser mantidos e servir as necessidades da população”.

Por sua vez, a ministra das Finanças, Vera Daves, reforçou que há alinhamento, por parte do Executivo, com as recomendações da OMS no sentido de, progressivamente, aumentar os recursos para o sector social apesar das limitações do ponto de vista orçamental.