O posicionamento foi reafirmado pela ministra das Finanças, representa o País nas reuniões anuais do Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que decorre em Marrakech, Marrocos.
Nas reuniões que assinalam o regresso das discussões dos organismos multilaterais à África, Veras Daves de Sousa defendeu maior participação do continente africano na tomada de decisões junto do FMI e do BM, sobretudo, numa altura em que espera-se uma revisão em baixa do crescimento para o continente.
“Precisamos atribuir à África Subsariana o terceiro assento no Conselho de Administração do FMI, que é o menos representado no conselho. Instituições fortes cumprem os seus compromissos. Façamos com que o FMI cumpra o seu compromisso de aumentar a voz da África Subsariana”, defendeu a ministra, citada numa nota publicada na página do LinkedIn.
Segundo a ministra, o objectivo foi analisar as prioridades e políticas da instituição multilateral e como ela deve prestar maior apoio aos países membros.
“Vários países cresceram e as suas posições na economia mundial mudaram. O mundo tem vivido crises após crises, e as economias, especialmente as economias em desenvolvimento, foram drasticamente afectadas por elas. Isto exige uma acção mais forte do Fundo Monetário Internacional, e maior participação de todos nas decisões e uma voz mais representativa dos países”, realçou Vera Daves.
Apesar do posicionamento, lê-se na nota em referência, a ministra angolana reconheceu a importância do FMI no sistema financeiro global, bem como o posicionamento de algumas economias na esfera mundial.
Nas discussões que decorrem em Marrakech, onde o BM deverá apresentar a estimativa de crescimento para a região, que abranda para 2,5% este ano, depois de crescimentos de 4,8% em 2021 e 3,8% no ano passado, as plenárias será a distribuição das quotas, modificadas a favor dos países de baixo rendimento ou emergentes, o que aumentaria as suas possibilidades de contrair maiores empréstimos junto dos organismos.
De acordo com o Jornal de Angola, as reuniões decorrem sob o signo do abrandamento económico e das preocupações com o sobre-endividamento de cerca de metade dos países africanos, e o envolvimento do sector privado no financiamento do desenvolvimento económico e as críticas sobre a lentidão do progresso de reforma institucional do próprio FMI.