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Angola vive um período com seríssimos riscos de instabilidade política e social, diz analista

Redacção_E&M
13/11/2020
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Foto:
DR

O gestor António Costa Silva defende que João Lourenço precisa de alguns "rasgos em termos da política interna", para prevenir uma grande instabilidade social.

O gestor António Costa Silva considerou em recentes declarações à Lusa que o Presidente angolano, João Lourenço, precisa de "rasgos" em termos de política interna para evitar uma "grande instabilidade" no país.

Para Costa Silva, nascido no planalto central angolano, fundador e membro dos comités Amílcar Cabral, que apoiavam o MPLA (Movimento Popular para a Libertação de Angola) e contestavam o regime colonial, Angola atravessa, 45 anos depois da sua independência, um período difícil "com seríssimos riscos de instabilidade política e social".

O autor do documento-base para o plano de recuperação da economia portuguesa para 2020-2030 e especialista na área do petróleo considerou, por outro lado, que "a combinação do declínio das receitas petrolíferas, deterioração da situação económica do país, as expectativas que podem não ser preenchidas, ou totalmente preenchidas, na luta contra a corrupção, cria uma combinação tóxica".

Trata-se de um contexto no qual o Presidente da República precisa "não só de resiliência e resistência, mas de alguns rasgos em termos da política interna, que se não forem efetuados podem conduzir a uma grande instabilidade social e política", defendeu.

Para Costa Silva, esses "rasgos" são "conseguir aglutinar uma plataforma política para se encontrar uma saída para o país, unir os 'players' económicos para encontrar formas de diversificar a economia, falar com os partidos da oposição para congregar vontades, fazer ou ativar a comissão de reconciliação nacional sobre todos os incidentes que o país passou no passado, para ser um acto regenerador e dar um significado diferente à vivência que o país tem como uma comunidade, dar sinais claros de transparência, de prestação de contas".

"São esses sinais, que vindos da liderança, depois podem mudar a conjuntura do país", considerou o gestor em entrevista à Lusa a propósito dos 45 anos da independência de Angola, assinlado no passado dia 11 de Novembro.