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Antigo PCA da Elisal acusado de desviar 10 mil milhões de kwanzas

José Zangui
15/1/2021
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Foto:
DR

Antigo PCA da Empresa de Limpeza e Saneamento de Luanda (ELISAL), Manuel Caterça, está a ser acusado de ter desviado mais de 10 mil milhões de kwanzas durante a sua gestão entre 2017/2019.

A informação consta de um relatório da Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE) a que o Jornal de Angola teve acesso esta semana.

Segundo o relatório, a IGAE analisou 444 transacções interbancárias da Elisal, do ano de 2017, tendo verificado a movimentação de mais de 52 milhões de kwanzas, subtraídos por via de um cartão multicaixa emitido pela empresa e entregue à custódia do antigo presidente do Conselho de Administração, Manuel Caterça, com o qual fazia dois movimentos diários de 25 mil kwanzas, durante um período de três anos, além de efectuar vários pagamentos em stands de automóveis, lojas e supermercados.  

A IGAE analisou ainda 77 transações bancárias no Banco Angolano de Investimentos (BAI), realizadas em 2018, cujo valor total é de 85 milhões de kwanzas, pagos a singulares sem qualquer justificativo e suporte documental. O relatório aponta a ausência de cópias de contratos de prestação de serviços previamente estabelecidos entre a Elisal e suas prestadoras, valores de facturas diferentes dos que aparecem espelhados no extracto bancário, pagamento de combustíveis não justificados, bem como um conjunto de transacções bancárias feitas nas mesmas condições.

Contactado pelo Jornal de Angola para se pronunciar sobre as acusações que pesam sobre si, o antigo presidente do Conselho de Administração da Elisal negou ter desviado dez mil milhões de kwanzas da empresa. "Este buraco financeiro resulta de uma dívida que o Governo Provincial de Luanda contraiu, junto da empresa, pelos diversos serviços prestados àquela instituição”, disse.

Manuel Caterça justificou que até ao final do seu mandato, o Governo Provincial de Luanda tinha uma dívida com a Elisal estimada em mais de dez mil milhões de kwanzas, ao contrário do que se quer propalar que o desfalque financeiro resulta de má gestão.