O ministro angolano da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, apelou, em Luanda, aos empresários de Angola e da RDC a investirem no sector agrícola, no sentido de se mitigarem as necessidades do continente africano de importação de cereais.
António Francisco de Assis revelou que o continente importa por ano, mais de 100 milhões de toneladas de cereais. “É necessário aproveitar as oportunidades e o grande potencial que ambos os países e regiões vizinhas oferecem”, alertou.
O ministro ressaltou, também, que o continente africano tem cerca de 874 milhões de terras aváveis, dos quais apenas 60% são explorados, aludindo para as potencialidades disponíveis. “É uma das vantagens, porque dentro desse percentual, Angola e RDC têm uma fatia muito grande”, frisou António Assis ao intervir no II Fórum Económico Angola – RDC.
A República Democratica do Congo (RDC) tem cerca de 80 milhões de hectares, enquanto Angola tem 56 milhões hectares de terras aráveis, dos quais apenas cerca de 10% são explorados abrindo margens para o surgimento de novos negócios.
Desafios
De acordo com o Banco Mundial (BM), a África Subsariana detém quase metade de toda a terra arável, mas inculta, existente no mundo.
No entanto, a instituição bilateral diz que até agora o continente não tem conseguido desenvolver estas expansões incultas, calculadas em mais de 202 milhões de hectares, de forma a reduzir drasticamente a pobreza e a promover crescimento, empregos e uma prosperidade partilhada.
Citando um dos seus recentes relatórios denominado “Como África pode Transformar a Posse da Terra, Revolucionar a Agricultura e Acabar com a Pobreza”, hoje divulgado em Julho deste ano, o organismo de desenvolvimento salienta que os países africanos e as suas comunidades poderiam acabar com a “usurpação de terras” de forma eficaz e cultivar um volume mais elevado de alimentos em toda a região, e transformar as suas perspetivas de desenvolvimento.