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“Assim tá bom?” 
Uma leitura crítica sobre a desvalorização do kwanza (conclusão)

Carlos M. Lopes
6/2/2020
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Foto:
Arquivo

Em termos de objectivos, as alterações do regime cambial e a manipulação da taxa de câmbio apontavam para a melhoria da competitividade
da economia, para apoiar a diversificação da economia e não só.

Relativamente à competitividade da economia e ao impacto sobre a balança comercial, uma primeira leitura resulta da análise dos efeitos registados sobre o andamento das importações e das exportações de bens e serviços.

Entre o 2º trimestre de 2017 e o 2º trimestre de 2019, segundo dados do BNA, registou-se um decréscimo do valor global das mercadorias importadas, apesar de, em 2018, essa tendência ter sido interrompida pela aquisição de uma plataforma petrolífera. Relativamente aos bens de consumo corrente, esse decréscimo tem sido mais atenuado (2441,2 milhões de dólares em 2017 para 2071,9 em 2019, correspondentes a uma variação de -15,1%) sendo o decréscimo constatado nos bens de capital de -15,7%, e mantendo-se praticamente estáveis as importações de bens intermédios (-1,5%).

No que diz respeito à convergência entre o mercado oficial e o mercado paralelo de divisas, que foi apontada como um dos principais objectivos da política cambial no consulado de João Lourenço,os dados recolhidos no site ANGOLA FOREX, Kwanza´s Life & Value in Angola (https://angolafores.com) evidenciam que, em meados de Setembro de 2019, já o diferencial entre o oficial paralelo tinha aumentado de novo para percentuais superiores a 40%, quer para o dólar, quer para o euro. A desvalorização a brupta do kwanza no final do mês de Outubro permitiu recuperar a desejada convergência, ainda que a evolução nos dias subsequentes, particularmente em relação ao dólar norte-americano, sinalizasse,de novo, uma tendência crescente. Entretanto, no que reporta a uma alocação mais eficiente das divisas escassas, a nossa análise reconhece que se verificaram alguns progressos, algum acréscimo de racionalidade.

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