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Balança de Pagamentos com saldo positivo

Redacção_E&M
9/3/2021
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Foto:
DR

A Balança de Pagamentos do país fechou o exercício económico de 2020 com um saldo positivo avaliado em 1,7 mil milhões de dólares, representando 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo o director do Departamento de Estatística do Banco Nacional de Angola (BNA), Joel Fute, que apresentou os dados recentemente, não obstante a queda acentuada de produção e do preço médio do barril de petróleo e consequentemente a redução do valor das exportações de bens em 40%, comparado com 2019, manteve-se um saldo positivo da conta corrente de 1,7 mil milhões de dólares que representa 2,9 por cento do PIB.

De acordo com o técnico citado pelo Jornal de Angola, a redução que se tem vindo a registar nas importações nos últimos anos, resulta de vários factores, sobretudo, o esforço do Executivo para substituir as importações com a produção local e as medidas implementadas pelo BNA.

Essas medidas, conforme avançou a fonte, têm assegurado a legitimidade dos pagamentos em moeda estrangeira referente à importação de mercadorias e os pagamentos de serviços ao exterior, eliminando na maior extensão possível as transferências indevidas da moeda estrangeira.

Joel Fute disse ainda que as políticas monetárias e cambiais seguidas pelo BNA e que determinaram em grande parte a contenção do nível de liquidez em moeda nacional e a evolução da taxa de câmbio, concorreram também para limitar as importações.

A ocorrência da pandemia, escreve o Jornal de Angola, que provocou um abrandamento significativo na actividade económica e na procura de bens e serviços com destaque para o combustível que registou uma redução de valor superior a mil milhões de dólares nas importações, contribuiu igualmente para a redução das importações.

No segundo trimestre de 2020, salienta, o saldo da conta corrente registou um défice na ordem de 1,2 milhões de dólares, equivalente a 10,1 por cento do PIB, o que representa uma deterioração na ordem de 211,6 por cento em relação ao trimestre anterior, depois de vários trimestres consecutivos.

A queda do saldo da conta corrente é justificada, essencialmente, pelo fraco desempenho da conta de bens, a única componente que gera fluxos líquidos positivos nas relações económicas do país com o resto do mundo.

Por outro lado, continua o Jornal de Angola, as receitas de exportação de bens (ou mercadorias), apesar de terem excedido as despesas de importação de bens, sofreram uma queda substancial em relação ao trimestre precedente.

Já o saldo da conta de bens passou de 4.054 milhões no primeiro trimestre de 2020, para apenas 1.342 milhões no período em análise, em virtude da queda das exportações de petróleo bruto.

Assim sendo, a redução das exportações foi influenciada tanto pela queda do preço médio de petróleo bruto, como das quantidades produzidas. O preço médio das ramas angolanas passou de 48,5 dólares por barril no primeiro trimestre de 2020 para 27,2 por barril no trimestre em análise.

Enquanto isso, o volume das exportações de petróleo bruto passou de 118,8 milhões para 113,8 milhões de barris.

O efeito preço teve o im-pacto negativo de 90,9 por cento sobre as receitas de exportação de petróleo bruto, avaliadas em apenas 3.100 milhões no segundo trimestre de 2020, contra 5.758,8 milhões de dólar do trimestre precedente.