Joe Biden alcançou os votos suficientes para ser declarado o novo Presidente dos EUA. No sábado, o democrata e vice presidente de Barack Obama foi apontado como vencedor, alcançando 273 votos no Colégio Eleitoral americano, mais do que o mínimo de 270 necessários para ganhar a eleição.
Donald Trump, apesar de inconformado com o resultado, deve entregar o poder ao democrata, no dia 20 de Janeiro de 2021, abrindo as portas para o regresso de Biden a Casa Branca, desta vez como “patrão”.
Até lá, o ainda presidente dos Estados Unidos Donald Trump não poderá fazer estragos ao seu país e ao mundo. Nesse período terá menos poder e influência, mas ao mesmo tempo está livre para tomar algumas decisões mais polêmicas, sem se preocupar com as consequências.
O sistema eleitoral
Quando os americanos vão às urnas nas eleições presidenciais, estão a escolher um grupo de delegados que representará a decisão do Estado no Colégio Eleitoral.
A palavra “colégio” aqui simplesmente se refere a um grupo de pessoas com uma tarefa comum. Essas pessoas são chamadas de "electors" (eleitores) e a sua função é nomear o Presidente e o vice-Presidente.
O Colégio Eleitoral reúne-se a cada quatro anos, algumas semanas após o dia das eleições, para cumprir essa tarefa.
O número de delgados/eleitores de cada Estado é aproximadamente correspondente ao tamanho da sua população - e proporcional ao número de parlamentares no Congresso dos EUA (deputados na Câmara e senadores).
A Califórnia tem o maior número de delegados (55), enquanto alguns estados com baixa densidade populacional, como Wyoming, Alasca, Dakota do Norte e Washington DC, têm o mínimo de três.
Mas o sistema não é proporcional ao tamanho das populações estaduais, o que gera distorções no peso de cada voto: enquanto o Estado da Califórnia, por exemplo, tem uma população quase 70 vezes maior que a do Estado de Wyoming (quase 40 milhões de pessoas, contra 580 mil pessoas), o seu número de delegados no Colégio Eleitoral é apenas 18 vezes maior do que o de Wyoming (55 contra 3).