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PATROCINADO

Café pode trazer mais energia à economia

Michel Pedro
19/10/2018
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Foto:
Carlos Aguiar

De acordo com o Fundo de Desenvolvimento do Café de Angola (FDCA), o café pode ter um peso “mais significativo” no Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo o FDCA, Angola pode facturar cerca de 501 mil milhões de kwanzas por ano só com a comercialização do bago vermelho. A presidente do FDCA, Sara Bravo, citada pelo “Jornal de An- gola”, afirmou que o café passa por um bom momento no mercado internacional. A responsável considerou que o relançamento do café contribuirá para a recuperação da economia angolana do ponto de vista de empregabilidade, aumento de rendimento nas comunidades, diminuição da pobreza e elevação do desenvolvimento económico e social das populações. 

No “First Friday Club” de Julho, um encontro mensal promovido pela Câmara de Comércio Estados Unidos-Angola (USACC), em que são debatidos vários temas da actualidade económica do país, discutiu-se a situação do sector do café em Angola. Sara Bravo lamentou a indisponibilidade de insumos, a baixa produtividade e as técnicas rudimentares utilizadas, o baixo nível de mecanização e irrigação e a inadequada infra-estrutura, que representam os principais constrangimentos do sector. Segundo pesquisas da Economia & Mercado (E&M), a antiga estrela do solo angolano continua a ter um nível de produção muito abaixo do de há quatro décadas, quando se situava entre 200 mil e 240 mil toneladas de café/ano, com os níveis actuais a rondarem as 12 mil toneladas. O abandono das áreas de produção do café, a redução da mão-de-obra e as vias de comunicação intransitáveis são apontados como algumas das razões da baixa de produção, além de o produto estar com os preços desvalorizados no mercado informal, onde mais se vende o “bago vermelho”. 

Pecuária soma e segue

Até 2017, Angola produzia menos de 60 mil toneladas de carne, contra as 270 mil de que necessita para consumo. Apesar do abrandamento, o país registou nos úl- timos anos a criação de projectos que garantissem sustentabilidade no sector da agro-pecuária.

Foi no ano passado que, numa parceria público-privada com o Grupo Diside, foi criado um matadouro em Luanda, um investimento de cerca de 1,5 milhões de dólares norte-americanos, com capacidade para abater 400 animais por dia, dos quais 240 caprinos, 80 bovinos e igual número de suínos, o que representa uma capacidade diária de 12 toneladas de carne de vaca, 5 de suíno e 2,5 de caprino.

O Matadouro da Camabatela, inaugurado nos finais de 2017, é outro que surgiu para atender à demanda, construído pelo Governo angolano no município de Amba- ca, província do Kwanza Norte, com capacidade para abater cerca de 500 animais por dia, 200 bovinos e 300 caprinos.

No quadro da redução das importações, o apelo para a produção nacional expan- diu-se também à produção de ovos. O Gru- po Diside, por exemplo, através da Pérola do Kikuxi (um projecto orçado em cerca de 60 milhões de dólares norte-america- nos), anunciou, no ano passado, uma capa- cidade de produção de 30 milhões de ovos por mês.

Além da Pérola do Kikuxi, constam também das grandes produtoras de ovos do país os pólos industriais Filomena, Aldeia Nova e Uniovos que, em conjunto, têm a capacidade de produzir cerca de 60 milhões de ovos/mês, uma quantidade que minimiza a carência de ovos no mercado nacional.

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