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Corrupção afugenta investidores

Sebastião Vemba
19/10/2018
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Foto:
DR

O Fundo Monetário Interna­cional considera provável que “a má governação e o clima de negócios desafiador em Ango­la se reforcem mutuamente”, de fazer negócios no país.

Este é um assunto que deve merecer a atenção do Execu­tivo, segundo fontes contacta­das pela Economia & Mercado, na medida em que, como aler­ta o FMI, “a má governação e o clima desafiador de negócios criam oportunidades para a corrupção e fortalecem os grupos de interesse”.

A percepção da corrupção em Angola é mais elevada em re­lação à de países congéneres, o que sugere, segundo o rela­tório do FMI, que “as políticas que favorecem a governa­ção em geral também podem reduzir as oportunidades de corrupção” no país.

A percep­ção da corrupção, na última década, “melhorou considera­velmente em muitos países subsarianos, mas não avançou tanto em Angola e permane­ceu alta e estagnada no perío­do posterior ao conflito civil”, segundo se lê no documento.

O FMI afirma que inquéri­tos a empresas e empresá­rios confirmam a percepção agregada da corrupção, que representa um obstáculo importante aos negócios em Angola. “Muitas empresas revelam o pagamento ou so­licitação de suborno em troca de operações com o gover­no. As empresas percebem que a corrupção em Angola é duas ou três vezes maior do que em grupos compará­veis”, escreve o FMI e volta a alertar que esse fenómeno constrange o investimento e o crescimento. “Vários estudos também encontraram uma forte correlação negativa en­tre a percepção da corrupção e o desempenho das finanças públicas, como quebra da ar­recadação tributária e uma qualidade mais baixa da in­fra-estrutura pública”, lê-se.

Segundo o PDN 2018-2022, “o Executivo faz uma aposta mui­to forte na diversificação da economia e na melhoria do ambiente de negócios”. O Pro­grama de Apoio à Produção Nacional, Diversificação das Exportações e Substituição de Importações (PRODESI), elabo­rado no início de 2018, “consti­tuirá um dos principais supor­tes à implementação do PND 2018-2022”, o que põe no topo das tarefas a melhoria do am­biente de negócios e o apoio ao investimento privado.

De resto, o Governo angolano reconhece a necessidade de “não destruir ou asfixiar” os avanços estruturais granjea­dos na última década, nomea­damente o “desenvolvimento de novas actividades e em­presas mais modernas e ino­vadoras”, com destaque para as “telecomunicações, logística e distribuição, segmentos da indústria transformadora, hotelaria e restauração, ser­viços às empresas, serviços pessoais e, muito em especial, serviços financeiros”.

Leia mais na edição de Julho de 2018.

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