O empresário Jorge Baptista, com negócios em Angola e Portugal, em vários sectores, não tem dúvidas de que várias empresas vão fechar as portas em Angola devido à pandemia da COVID-19, o que se traduzirá no aumento dos níveis de desemprego no país, pois não "postos de trabalho sem empresas".
Em entrevista a E&M, Jorge Baptista referiu que a COVID-19 veio mostrar, mais do que nunca, que "não existe empreendedorismo em Angola, mas sim gestão de sobrevivência".
O gestor admite que algumas empresas vão sobreviver e essas terão de "redobrar esforços no sentido de preservar a vida, aprender com os erros e terem uma visão para mudar o futuro com sabedoria". Sugere as empresas que não se aguentarem, devido à falta de tesouraria para continuar a pagar os salários, que mandem, temporariamente, os trabalhadores para casa, por dois ou três meses, mas mantê-los em seu controlo. Desta forma, argumentou, "vão evitar outros custos".
Para Jorge Baptista, o país, ao longo dos tempos, "não criou empresas, mas sim políticos pseudo-empresórios, com dinheiro público e sem capacidade de gestão". O também presidente da Associação Angolana de Empreendedores (AEA) acrescentou que o agudizar da crise "vai mostrar quem é quem e aquele que resistir vai ter de reinventar-se".