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“Covid-19 interrompeu as cadeias de fornecimento e arruinou a economia global de alimentos”

Sebastião Vemba
18/6/2020
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Foto:
DR

“As mulheres são protagonistas centrais da cadeia alimentar e essenciais para a produção agrícola no continente africano”, lê-se no artigo de opinião da organização Graça Machel Trust.

A pandemia da Covid-19 interrompeu as cadeias de fornecimento e arruinou a economia global de alimentos, sendo que, “à medida que as fronteiras fecharam, a produção parou e as restrições à exportação limitaram a oferta, a procura aumentou, inflacionando os preços e tendo um grande impacto nas pessoas mais pobres e marginalizadas do mundo, sendo que África não é excepção”, aponta um artigo da organização Graça Marchel Trust.

O texto é assinado pela própria Graça Machel, fundadora da Graça Machel Trust e da Foundation for Community Development, e por outros três especialistas, nomeadamente Ngozi Okonjo-Iweala (Enviado especial da União Africana para Mobilizar Apoio Económico Internacional para a Luta Contra a COVID-19 e Ex-Ministro nigeriano das Finanças), Vera Songwe (Secretária Executiva da Comissão Económica das Nações Unidas para África) e Maria Ramos (Co-presidente do Grupo de Trabalho do Secretário-Geral da ONU sobre Financiamento Digital dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável) e defende que “as mulheres são protagonistas centrais da cadeia alimentar e essenciais para a produção agrícola no continente africano”. Lê-se ainda no documento que 50 % da actividade agrícola no continente é realizada por mulheres, que produzem entre 60 a 70 % dos alimentos na África Subsariana.

O artigo de opinião, que pode ler na íntegra na versão portuguesa, lembra que “as mulheres foram particularmente afectadas por esta crise económica. Evidências emergentes da OIT sobre o impacto da COVID-19 sugerem que a vida económica e produtiva das mulheres será afectada de forma desproporcional. Elas têm menos acesso a protecções sociais e a sua capacidade de absorver choques económicos é muito baixa”. Os autores lamentam igualmente que “a fragilidade dos sistemas de saúde africanos está a revelar-se e as mulheres e crianças são as mais vulneráveis à falta de cuidados e serviços especializados adequados que a Covid-19 está a causar, originando um aumento antecipado da mortalidade infantil e materna”.