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Crise humanitária à vista

Cláudio Gomes
10/9/2019
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Foto:
Carlos Aguiar

O número de pessoas que precisa de ajuda humanitária no Cunene aumentou de 250.000, em Janeiro de 2019, para 860.000, de acordo com dados oficiais, o que representa já cerca de 80% da população.

Em consequência da seca severa que assola a província do Cunene, 276 escolas de diversos níveis de ensino encontram-se afectadas, nove das quais encerradas, prejudicando, globalmente, 54.500 alunos que abandonaram as localidades de origem em busca de sustento juntamente com o resto da família e do gado.

As autoridades locais salientam que no município da Cahama estão afectadas 17 escolas e 3.031 alunos, no Cuanhama 186 escolas e39.573 alunos, no Curoca 15 escolas e 266 alunos, no Cuvelai quatro escolas e957 alunos e em Namacunde 54 escolas e 10.003 alunos.

Em entrevista à Economia & Mercado, Vitor Barbosa, um dos coordenadores da pesquisa que serviu de base para a elaboração do Relatório de Avaliação Participativa da Pobreza, referente a 2018, realizado pela Diocese de Ondjiva, defendeu uma “intervenção mais contextualizada para a educação”, considerando as especificidades da província.

Segundo o também presidente da direcção da Rede Angolana de Educação de Adultos (Rede EPT Angola), um dos problemas que o Cunene enfrenta, no sector da educação, está relacionado com o “tipo de escola”. No entender do activista, a distância que separa uma aldeia da outra ou uma escolada aldeia tem afectado os resultados escolares dos alunos e professores.

“Há situações em que o professor chega a tempo, mas a grande maioria dos alunos ainda se atrasa, ou, noutros casos, estão os alunos na sala de aula e o professor atrasa-se porque vive distante”, apontou, sublinhando que essa situação, para o caso particular do Cunene, “é um problema”.

Leia mais na edição de Setembro de 2019

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