A área actual de cultivo da mandioca em Angola estima-se a um milhão e 200 mil hectares, com uma produção anual de 66,2%, sendo que no ano agrícola 2020 a colheita foi feita em 930 mil hectares, 92% cultivado manualmente.
De acordo com a Angop, a informação foi avançado, esta semana, pelo director do Instituto de Desenvolvimento Agrário, David Tunga, ao intervir no fórum internacional sobre “Oportunidades e Desafios na Cadeia de Valor da Mandioca em Angola”.
No evento promovido pelo Ministério da Indústria e Comércio, o responsável disse que
a produção deste tubérculo ocupa um espaço relevante, em Angola, tendo em conta os níveis da agricultura familiar, cujos produtores fazem recurso a meios tradicionais, como enxadas, catanas e outros instrumentos manuais para o campo.
O director do IDA salientou que a taxa de crescimento médio por hectar é de 11,9 toneladas, enquanto a taxa de crescimento de produção da mandioca, no país, é de 2,4%, por ano, números que colocam Angola no TOP 15 dos maiores produtores da mandioca a nível do mundo.
Segundo David Tunga, a produção anual de Angola está estimada em 11 milhões de toneladas, volume que posiciona o país em terceira, no continente africano, depois da Nigéria e dos Camarões.
“A meta é atingir 25 milhões de toneladas, nos próximos cinco anos, com a introdução de novas variedades, prevenção de doenças e pragas, como a cegueira, através da massificação de variedades bio-fortificados”, projectou o director do Instituto de Desenvolvimento.
De acordo com o responsável do Instituto de Desenvolvimento Agrário, devido a doenças e pragas que afectam alguns campos cultivados, os prejuízos anuais na produção, em Angola, são estimados entre os 14% e 24%, e, além do Norte, integram a lista províncias da Região Centro, com uma produção de 29%, e Sul - com apenas 4,7%.
No que respeita aos maiores produtores nacionais, David Tunga destacou cinco dos quais destacam-se a província do Uige, com uma produção na ordem de 2 milhões 228 mil e 722 toneladas (20%), Malange (um milhão 627 mil toneladas), Cuanza Sul (um milhão e 17 mil toneladas), Moxico (972 mil) e Lunda Sul (753 mil toneladas).
Em Angola, além do aproveitamento da mandioca para a produção de farinha de bombó (tradicionalmente utilizada), o Governo quer incentivar, este ano, a sua transformação em amido, promovendo o surgimento de pequenas e médias indústrias no meio rural, para a sua consequente exportação em grande escala.
A mandioca é um alimento nutritivo que pode ser transformada em amido, que é também usado na indústria alimentar, sendo a China o principal importador mundial.