A falar na abertura da quinta legislatura, o Presidente da República João Manuel Gonçalves Lourenço, fez um discurso sobre o Estado da Nação, no qual elencou um conjunto de conquistas, avanços positivos conseguidos pelo governo de Angola, com destaque para o positivo na economia, que ao fim de vários anos, voltou a dar sinais de crescimento e mereceu do FMI, boas apreciações.
Por outro lado, o Presidente falou sobre a aposta forte no sector social e sobre um conjunto de acções de continuidade da governação, que devem cingir-se no combate a pobreza e na elevação dos interesses nacionais, ainda que por via da diplomacia.
Ouvido pela E&M, o presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino considerou o discurso positivo e capaz de renovar a esperança. Para José Severino, os objectivos foram definidos e apresentados no discurso, mas não foram definidas nem faladas das estratégias que serão implementadas para materializar estes objectivos.
Por sua vez, o deputado da UNITA, maior partido na oposição, Nelito Ekuikui entende que o Estado da Nação é uma radiografia daquilo que é o país real, e entende que, o chefe de Estado não fez um discurso sobre o estado da nação, mas um relatório sobre o seu mandato e perspectivou os próximos cinco anos.
Questionado sobre as autarquias, Nelito Ekukui disse que o Presidente da República não falou sobre as autarquias, “limitou-se a falar do que já existe, não delineou balizas”, rematou.
Investir na área social e apostar numa governação proativa
A falar a E&M, José Severino reconheceu que foram dados passos para gestão proativa, mas é preciso melhorar a relação entre os membros da sociedade civil e o Executivo, de modos a que as sugestões saiam da base para o topo e não o contrário, como tem acontecido até agora. “Até porque são as bases que vivem os problemas”.
O presidente da AIA falou ainda sobre a necessidade de mudar o modelo da governação local, para um que dê mais espaço e abertura para quem está no terreno, de modos a que se consiga dar respostas eficientes.
Aquele responsável disse ainda que “é preciso ver mais o interior do país e aproveitar o potencial, conhecer a realidade objectiva do país. Só assim se consegue governar”.
Um discurso especial
O discurso de sábado (15 de Outubro) tem um adorno especial, já que foi o primeiro discurso sobre o Estado da Nação que foi feito fora de contexto de crise e longe dos apertos económicos. O preço do petróleo anda lá em cima, a inflação anda pelos 18% com tendência descendente e portanto, controlada.
Acresce a isso que este discurso foi feito numa altura em que pela primeira vez desde quase dez anos, a economia cresceu mais que a média de crescimento da população. Contas feitas, 3,6% no segundo trimestre de 2022, contra os cerca de 3,3% que é a média de crescimento da população.