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Docente defende inovação tecnológica como alavanca do agronegócio

Cláudio Gomes
29/5/2023
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Foto:
Carlos Aguiar

A concretização das intenções previstas no Plano Nacional de Fomento para a Produção de Grãos (PLANAGRÃO) dependerá de programas concretos e exequíveis assentes na investigação e inovação tecnológica.

O posicionamento é docente da Universidade José Eduardo dos Santos (UJES) que interveio Nas conferência Sanlam Angola que debateu recentemente em Benguela “O sector agrícola em Angola: desafios e potencialidades” no âmbito da 12ª edição da Feira Internacional de Benguela (FIB) que decorreu de 24 a 27 deste mês no Estádio Nacional de Ombaka.

Para o também consultor de agro-negócios, o “fraco desempenho” do sector deve-se ao que chamou de “práticas inadequadas agronómicas” desideratos que incluem insuficiência internas como a ausência de mão de obra qualificada, infra-estruturas rodoviárias e hidráulicas, incapacidade para produzir sementes melhoradas, fertilizantes, tecnologia de irrigação, entre outras. “Este são alguns factores que ainda dificultam e condicionam em grande medida o desempenho do agronegócio no País e por conta disso temos baixa produtividade”, sublinhou no painel composto por representantes da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPEX), da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), do International Finance Corporation (IFC) e da Sanlam Angola.

Segundo António Kamutali, a implementação do PLANAGRÃO, que prevê um investimento médio anual de cerca de 670 milhões  de dólares para a produção de grãos de trigo, arroz, soja e milho, entre outros, e cerca de 471 milhões de dólares anuais para a construção e reabilitação de infra-estruturas de apoio ao sector produtivo e social, está relativamente atrasado tendo em conta o período de vigência 2022/2027, e que corre o risco de não atingir os objectivos preconizados se “grande parte dos desafios” mencionados se mantiverem.

Para inverter o ciclo, é de opinião que os institutos de investigação não sejam colocados na ponta da fila. "Têm de ser chamados e participar porque às vezes o que se verifica é que depois de sairmos da universidades não consultamos e nos limitamos na falsa ideia de que a academia não produz conhecimento. Ela precisa ser provocada com projectos e preciso  saber o que existe dentro da universidade”, defendeu.

Acrescentando disse que o caminho para se alavancar o agronegócio passa por uma solução assente numa revolução de inovação tecnológica que vai requer necessariamente infras-estruturas de investigação, serviços de extensão rural capacitados com investimentos. “É aí onde sentimos que há falta porque tem havido pouco investimento público na investigação pública para o ramo agrário e o que vai acontecer é trazer programas que não se ajustam com a nossa realidade”, frisou o docente salientando que a revolução do agronegócio no Brasil assentou-se na investigação e que em Angola não devia ser diferente.

A Sanlam Angola, empresa do Grupo Sanlam, organizou duas conferências durante a 12ª edição da FIB, onde trouxe a baila temas central do certame (O Corredor do Lobito) que focaram nas potencialidade e desafios da cadeia de valor do sector agrícola (agro-negócios e seguros) e do Corredor do Lobito (transportes e logística).

A 12ª edição da Feira Internacional de Benguela (FIB), que decorre no Estádio Nacional de Ombaka, foi co-organizado pela Eventos Arena, empresa angolana que coordena a realização de feiras, e o Governo da Província de Benguela (GPB).

A seguir a FIB, terá lugar de 18 a 22 de Julho deste ano, na Zona Económica Especial (ZEE), a Feira Internacional de Luanda (FILDA), maior evento do programa de feiras da empresa organizadora, numa organização conjunta com o Ministério da Economia e Planeamento (MEP).