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Dólar mantém predominância no mercado de transacções

Redacção_E&M
4/12/2020
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Foto:
DR

A supremacia do dólar norte-americano sobre as principais moedas para transacções comerciais e reservas internacionais vai manter-se por muito tempo, segundo um estudo recente do Fundo Monetário.

O economista Gilberto António, que citou o estudo durante uma entrevista ao Jornal de Angola, disse que não obstante o crescente protagonismo de novos actores no Sistema Financeiro Internacional e as suas respectivas moedas, tais como a China (Remimbi) e a União Europeia (Euro), a moeda dos EUA continuará a manter a confiança dos investidores.

O estudo que foi publicado recentemente, com o titulo: "Reserve Currencies in an Evolving International Monetary Systeme” (Moedas de Reservas envolvidas num Sistema Monetário Internacional), teve como pressuposto o facto de que "apesar dos sistemas monetário e comercial internacionais terem evoluídos nas últimas décadas, em resposta às mudanças estruturais na economia global, a composição monetária das reservas internacionais permaneceu notavelmente estável".

O dólar, segundo a visão do também especialista em comércio e investimentos internacionais, é actualmente a moeda dominante, com uma participação de 61% das reservas globais no final de 2019, seguida do euro que constitui 21% das reservas globais, enquanto outras moedas distintas têm protagonismos muito inferiores, num leque em que se destacam as moedas chinesa (remimbim), a inglesa (Libra esterlina), a japonesa (yuen), entre outras de irrelevante circulação à escala planetária.

Para Gilberto António, que fazia uma resenha do referido estudo, o estatuto particular do dólar como moeda de reserva é consistente, em virtude do seu amplo uso internacional, na medida em que os 44% na sua utilização no volume de negócios lhe conferir o estatuto de "moeda mais negociada no mercado de câmbio", isto é, a mais utilizada  para o facturamento comercial (54% do comércio global) e denominação de créditos financeiros (51% dos créditos bancários internacionais).

"Em minha opinião, esta posição dominante do dólar norte-americano é estonteante, tendo em conta as mudanças significativas ocorridas nos últimos 30 anos, como, por exemplo, a introdução do euro em 1999 e os esforços contínuos da China em promover a sua moeda internacionalmente”, referiu o economista.

De notar que, avançou o especialista, apesar destas transmutações, o dólar continua a representar uma parte bastante elevada no que  diz respeito à reservas globais, tendo mantido notavelmente alta a respectiva proporção do volume de negócios global.

Segundo o Jornal de Angola, questionado sobre a razão fundamental para que o dólar seja a moeda de reserva, o economista justificou com a necessidade dos países manterem suficientes reservas como seguro para acautelar a escassez de divisas nos ciclos económicos, permitindo o financiamento das importações de que necessitam, bem como salvaguardar a  capacidade do governo liquidar a dívida denominada em moeda estrangeira, pressuposto para a manutenção da estabilidade financeira e de preços no mercado interno, atenuando, desta forma, o repasse na economia da taxa de câmbio.

"Considero que no contexto africano, as reservas são igualmente essenciais, tendo em conta o facto do sector privado africano deter poucos activos em moeda estrangeira e dos investidores internacionais verem nelas um indicador plausível da capacidade de resiliência de determinado país em caso de crise económica. como consequência, as reservas são, geralmente, dominadas por moedas amplamente utilizadas para pagamentos internacionais e negociadas nos mercados de câmbios internacionais", esclareceu.