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Economia angolana sai do vermelho em 2020

Redacção_E&M
24/9/2019
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Foto:
DR

Depois de quatro anos de recessão, a economia angolana crescerá 1,4% em 2020, de acordo com projecções do Departamento de Estudos Económicos do banco sul-africano Standard Bank.

O relatório de Outubro sobre os mercados financeiros africanos do Standard Bank refere que “a economia de Angola deve sair da recessão de quatro anos em 2020, com os renovados investimentos no sector petrolífero a ajudarem a estabilizar a produção em 1,4 milhões de barris por dia, ainda que de forma temporária, como resultado da melhoria no ambiente regulatório e reformas estruturais”.

No documento que foi enviado aos investidores, citado pela agência de notícias portuguesa (Lusa), e retomado pela Angop, os analistas do maior banco africano pioram ligeiramente a previsão de crescimento para Angola, em 0,1 pontos percentuais, para 2020, antevendo um crescimento de 1,4%, “esperando que o lento declínio da inflação e a depreciação nominal do Kwanza continuem a prejudicar a procura agregada”.

Ainda de acordo com o relatório, “a economia vai continuar em recessão este ano, com o PIB a contrair-se um porcento, já que a previsível contribuição positiva das exportações é insuficiente para eliminar o impacto negativo da despesa quer pública quer privada, com o investimento a não crescer tanto como o necessário”.

O Governo de Angola “vai continuar empenhado em cumprir o programa do Fundo Monetário Internacional (FMI), o que ajuda muito nas reformas estruturais que o país precisa para garantir o regresso à estabilidade macroeconómica”, afirmam os analistas do Standard Bank citados no documento financeiro.

Na sequência, o relatório antecipa que a segunda revisão ao programa do FMI, que deverá estar concluída até final deste mês, permitirá o desembolso de mais 250 milhões de dólares (226,8 milhões de euros).

Em relação ao capítulo financeiro, o Standard Bank avança através do respectivo documento, que Angola não deverá voltar aos mercados financeiros este ano, o que significa que, “devido à queda nas exportações de petróleo, deverá haver uma pressão adicional sobre as reservas em moeda estrangeira”.

Estas reservas deverão descer de 16 mil milhões de dólares (14,5 mil milhões de euros), em Junho, para 14,1 mil milhões no final deste ano.

“Com o FMI a ajudar a melhorar o sentimento dos investidores, o mau desempenho do sector petrolífero e os elevados níveis de dívida devem provavelmente limitar as vantagens de recorrer este ano aos mercados, por isso, provavelmente, o Governo só voltará a emitir dívida nos mercados internacionais no próximo ano”, lê-se no relatório.

Já no que diz respeito à política económica, o Standard Bank refere que “é razoável esperar que a agenda reformista se mantenha, sustentada pelo programa financiado pelo FMI, que deve ajudar a conter os elevados níveis de dívida pública, que estão bem acima dos 80% do PIB anualmente”.

O fardo da dívida pública deverá chegar aos 89,1% este ano, e as melhoras na mobilização das receitas, a implementação do IVA e o alargamento da base tributária, para além do programa de privatizações, não deverão impedir a subida do rácio da dívida face ao PIB, que deverá exceder os 90%, também por causa da depreciação do Kwanza, concluem os analistas na parte que diz respeito a Angola do relatório sobre os mercados africanos.