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EKA deixa de produzir em Junho

Redacção_E&M
29/5/2020
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Foto:
DR

A cervejeira EKA, pondera suspender a produção a partir do mês de Junho deste ano, devido ao aumento dos custos operacionais, anunciou, esta semana, o director-geral, Marc Mayer.

A paralisação da produção da cervejeira, que está instalada no Dondo, município de Cambambe, província do Cuanza Norte, segundo o gestor, poderá mandar ao desemprego 147 trabalhadores.

Citado pela Angop, o gestor revelou que a empresa enfrenta "enormes" problemas de tesouraria, agravados pelas dificuldades de aquisição de matéria-prima e peças sobressalentes para a manutenção.

A aquisição de matéria-prima e peças sobressalentes, consomem, no total, 70% das receitas da empresa, sem avançar dados da facturação, situação que implicou a redução significativa do volume de produção.

Devido a esta realidade, relatou Marc Mayer, o remanescente das vendas da empresa reverte-se apenas para o pagamento de impostos e salários dos trabalhadores, razão que provocou a decisão da paralisação das suas actividades.

Segundo explicou, neste momento a empresa labora com 197 trabalhadores, dos quais 147 serão despedidos por via da cessação dos contratos firmados por tempo limitado, e 50, com contratos por tempo indeterminado, poderão permanecer para assegurara manutenção dos serviços mínimos da empresa.

O gestor fez saber igualmente que, após o seu encerramento, a empresa será transformada em entreposto comercial dos produtos do grupo Castel, como as marcas de cerveja Soba Catumbela, Cuca e a Cobeje.

Há dois anos, salienta a Angop, fazendo referência ao depoimento do responsável da EKA, a cervejeira registou uma baixa de 40% nos níveis de produção, em consequência da desactivação, em Junho de 2019, da sua primeira linha de enchimento, devido ao estado absolecto do equipamento.

De acordo com o director-geral, em decorrência da paralisação da linha fabril, a empresa reduziu a sua capacidade de produção de 55 mil litros de cerveja por hora para os actuais 27 mil litros por hora.

Mesmo assim, descreve Marc Mayer, os níveis de produção continuaram a baixar, face aos custos operacionais.

Por outro lado, uma fonte da comissão sindical da EKA, contactada pela Angop, disse que os resultados do investimento realizado foram pouco satisfatórios devido aos compromissos com os fornecedores integrados na cadeia de produção de cerveja.

A fonte referiu ainda que outro factor que tem estado a prejudicar a unidade fabril se prende com os altos rendimentos em forma de dividendos, distribuídos aos demais accionistas da empresa.

A fonte receia que a medida adoptada pelo grupo Castel Angola, maior accionista da EKA, vise pressionar o Estado, enquanto membro da estrutura accionista, a acelerar o processo de privatização da empresa.

Na EKA, a Castel Angola detém 46% das acções, enquanto o grupo de entidades privadas agrupam 50% e o Estado com os restantes quatro.

Inaugurada em 1972, a EKA beneficiou, em 2008, de um investimento de 30 milhões de dólares, que permitiu a modernização da unidade fabril através da instalação de uma segunda linha de enchimento, com um sistema moderno e automatizado.