Em 2010, a TAAG estava determinada a levar avante o processo de reestruturação da empresa, dividido em duas partes: uma a incidir sobre o restabelecimento da credibilidade técnica da companhia, nomeadamente do ponto de vista de segurança dos voos; e outra a apontar para os serviços aos clientes. Consolidados esses passos, a empresa ascenderia para um patamar que lhe permitiria ser rentável.
Naquele ano, Rui Carreira, então administrador da TAAG, afirmou, em entrevista à Economia & Mercado, que a sustentabilidade da empresa não era uma meta a ser alcançada a curto prazo. “Apesar de termos um plano de saneamento financeiro, não podemos esquecer que a TAAG é uma empresa com um passivo elevado, resultado de vários milhões (de dólares) de dívidas acumuladas. Assim, no âmbito do plano de negócios que elaborámos – o qual infelizmente também já foi alvo de algumas derrapagens, em virtude da crise financeira internacional que, principalmente este ano, está a afectar a TAAG, e ainda do incêndio num armazém, que teve prejuízos directos e indirectos que ascendem os 60 milhões de dólares –, tivemos de adiar a nossa meta de atingir o ponto de inversão”.
Rui Carreira, hoje Presidente da Comissão Executiva (PCE) da companhia aérea angolana de bandeira, voltou a ser surpreendido por outra derrapagem, quarto anos depois. Em 2014, espoletou a crise económica e financeira em Angola, resultado da baixa do preço do petróleo no mercado internacional, o que limitou a entrada de moeda estrangeira na economia.
Cerca de 70% da facturação da TAAG é em kwanzas, mas a empresa tem custos com a aquisição de peças de reposição em divisas, que ultrapassam os 60% da facturação.
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