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Enquanto aguarda energia de Angola, Zâmbia recorre à Power China para resolver grave défice

Victória Maviluka
5/9/2024
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Foto:
DR

Acordos celebrados esta semana pela estatal de energia da Zâmbia e uma empresa chinesa são vistos como um passo crítico na diversificação das fontes de energia eléctrica do país.

O Governo zambiano acaba de celebrar uma série de acordos com a Power China, que visam abordar a actual crise energética do país, agravada por uma das piores secas da história recente. Estes acordos acontecem dois meses após o país vizinho ter rubricado protocolo com Angola para receber desta energia eléctrica através de uma integração regional, que beneficiará, igualmente, a RD Congo. 

Os acordos celebrados esta semana entre a ZESCO, a empresa estatal de energia da Zâmbia, e a empresa chinesa, são vistos, segundo o Lusakatimes, como um passo crítico na diversificação das fontes de energia eléctrica da Zâmbia e na mitigação do impacto da escassez de energia agravada pelas mudanças climáticas.

Os protocolos incluem, sobretudo, a construção de várias instalações de sistemas de energia solar em toda a Zâmbia, que se espera aliviar significativamente o défice de energia no país.

Presente na cerimónia de assinatura dos acordos com a Power China, o Presidente Hakainde Hichilema destacou a importância desses memorandos para garantir um futuro de energia sustentável para a Zâmbia. 

“Estamos totalmente cientes dos impactos negativos da insegurança energética na nossa economia, daí a nossa determinação em encontrar uma solução duradoura”, disse o Chefe de Estado zambiano.

Abordou os desafios enfrentados pelo sector de energia, observando que a seca actual expôs ainda mais a vulnerabilidade da Zâmbia à dependência de energia hidreléctrica. 

“A seca teve um efeito cascata na nossa economia e nos meios de subsistência do nosso povo, especialmente nos mais vulneráveis ​​da sociedade – mulheres e jovens. No entanto, esta crise também fortaleceu a nossa determinação de emergirmos ainda mais fortes como nação”, disse.

Citado pelo Lusakatimes, Hichilema sublinhou que diversificar a matriz energética da Zâmbia, reduzir a dependência da hidroelectricidade e adoptar a energia solar são passos cruciais para construir um sector energético resiliente. 

Angola tem um excedente de produção de energia

Angola tem excedente para vender

Governo angolano assinou, no início de Julho deste ano, um acordo que prevê a interligação eléctrica com a República Democrática do Congo (RDC) e Zâmbia, através de uma linha com mais de 1.200 quilómetros, um investimento privado de mais de 1 milhão de dólares. 

O objectivo é avançar na integração regional da energia e vender electricidade a empresas, sobretudo ligadas à indústria mineira, adiantou o ministro da Energia e Águas (MINEA), João Baptista Borges, na assinatura do memorando entre o MINEA, a Rede Nacional de Transporte de Electricidade, a Promarks Energy e a Trafigura (promotores). 

Angola tem um excedente de produção de energia que pode ser exportado para uma região "onde a procura é significativa, principalmente relacionada com a exploração mineira", sublinhou o governante, citado pela Lusa.

O País conta, actualmente, com uma capacidade instalada de produção de energia de 6.500 megawatts (MW) e uma procura interna de apenas 2.300 megawatts, estando previsto fornecer, através desta linha, até 2.000 MW à região Leste da Zâmbia e à RDC.