A Associação Nacional do Ensino Particular (ANEP) assegurou hoje que há condições para o reinício das aulas, agendado para 13 de Julho, e que as instituições "estão a ser apetrechadas" com material de biossegurança, devido à Covid-19.
“Temos condições criadas para o efeito, temos condições de biossegurança. A ANEP inclusive fechou contrato com vários fornecedores e temos já produtos de protecção que estamos a mandar também para o interior do país”, afirmou hoje o presidente da ANEP, António Pacavira, citado pela Lusa.
O processo de munir as escolas particulares com material de biossegurança, sobretudo colégios, pelo país está em curso, segundo o líder associativo, frisando que “há quem esteja com 100% de condições, outros com 90%”. António Pacavira disse esperar que até ao dia 13 do corrente mês, estejam garantidas todas as condições.
Entretanto, ao contrário da ANEP, a Associação Nacional de Pais e Encarregados de Educação Amigos da Criança considera não haver, para já, condições de biossegurança para o reinício das aulas, devido à Covid-19,defendendo que deve ocorrer em Setembro.
Em declarações à Lusa, o presidente da associação, Manuel Diogo, afirmou que, “em princípio, nenhuma escola em Angola tem condições de biossegurança para albergar alunos por estarem desprovidas de ‘kits’ de proteção e água potável”.
Recorde-se que o reinício das aulas no segundo ciclo do ensino secundário, no país, está previsto para 13 de Julho e para o primeiro ciclo do ensino primário em 27 de Julho.
“A princípio em nenhuma escola a nível nacional tem condições para albergar os nossos filhos porque falta água potável nas mesmas, falta condições dignas aos professores e testagem em massa dos docentes e pessoal administrativo”, afirmou o responsável.
Para Manuel Diogo, que discorda da anulação do ano letivo, o reinício das aulas deve ter em conta o evoluir da pandemia no país, referindo que o mês de Setembro seria o ideal para a salvaguarda da saúde dos alunos.
Segundo o responsável, o reinício das aulas deve ser antecedido pela desinfestação de todas as instituições escolares do país e testagem aos professores e funcionários das escolas, proposta que “até ao momento não tiveram aprovação das autoridades sanitárias”.
“Exigimos à ministra da Saúde, junto da equipa do Governo, que pelo menos desinfestassem todas as escolas e testassem todos os professores e o pessoal administrativo, mas não tivemos nenhum aval positivo e isso inquieta-nos”, disse.
As aulas no ensino geral e universitário em Angola foram suspensas em Março, antes do Presidente da República, João Lourenço, declarar estado de emergência, que decorreu entre 27 de Março e 25 de Maio.