Cálculos feitos pela Economia & Mercado indicam que o Estado angolano pode arrecadar 8.963 mil milhões de Kwanzas caso se concretize a alienação em bolsa de 30% das participações detidas na ENSA - Seguros de Angola S.A, considerando um total de 720.000 acções ordinárias e uma oferta máxima de 12.449,80 Kwanzas.
De acordo com dados do prospecto da OPV daquela seguradora detida pelo Instituto de Gestão Activos e Participações do Estado (IGAPE), em representação do Estado, as candidaturas para a aquisição das referidas participações arrancaram às 8 horas da terça-feira (24 de Setembro) e vão até às 15 horas do dia 25 de Outubro de 2024, ao preço mínimo de 6.499,80 e máximo de 12.449,80.
Em 2023, conforme lê-se numa nota, a quota de mercado da ENSA atingiu os 27%, tendo sido consolida naquele ano como a única seguradora nacional no Top 100 das seguradoras africanas (ocupando a 46ª posição).
“No mesmo, a empresa registou um lucro líquido de 5,28 mil milhões de Kwanzas, impulsionado pelos índices económico-financeiros, pela atualização das provisões técnicas e pelo aumento do índice de sinistralidade”, lê-se no documento.
O documento diz ainda que no mesmo ano, o capital próprio desta seguradora atingiu 54,17 mil milhões de Kwanzas, representando um retorno sobre o capital próprio (ROE) que situou-se em 10%.
Segundo a ENSA, no final do exercício, o passivo da seguradora totalizou 150,89 mil milhões de Kwanzas, ultrapassando os 96,72 mil milhões em 2022 e que igualmente estão cobertos por investimentos representando um rácio de cobertura de 109%.
O activo líquido da maior companhia de seguros de Angola, por sua vez, atingiu os 267,94 mil milhões de Kwanzas, face aos 183,43 mil milhões em 2022. “O valor em indemnizações líquidas de resseguro foi de 32,84 mil milhões de kwanzas representando um rácio de sinistralidade de 55%”, lê-se.
Roadshow para investidores
Mais de 300 potenciais investidores participaram, ontem, quinta-feira, 26 de Setembro, de um roadshow realizado em Luanda, com o objectivo de apresentar o plano de privatização de algumas participações do Estado na ENSA - Seguros de Angola S.A.
Três instituições financeiras não bancárias participam do processo na qualidade de intermediários responsáveis pela prestação de serviços de colocação das acções no mercado mediante OPV. Trata-se da Standard Invest, AUREA e a BFA Capital Markets.
De acordo com as informações, dos 30% das acções da seguradora está aberta aos trabalhadores da ENSA, membros dos órgãos sociais, e a qualquer pessoa singular ou entidade com capacidade jurídica, residente ou não em Angola.
Para o efeito, estão reservadas 48.000 ações (2% do capital) para os trabalhadores incluindo os membros dos órgãos sociais e 672.000 acções (28%) destinadas ao público em geral.
A robustez da ENSA - Empresa Nacional de Seguros de Angola - traduz-se num resultado líquido, em 2022, de 5,3 mil milhões de Akz e com uma taxa de 83% de reconhecimento. A empresa detém uma quota de 26%.