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Estados Unidos já retiraram mais de três mil pessoas do Afeganistão

Cláudio Gomes
18/8/2021
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Foto:
DR

São no total 3.200 pessoas retiradas do país islâmico pelas autoridades norte-americanas, incluindo pessoal diplomático, informou esta semana um alto funcionário da Casa Branca.

No inicio desta semana, os Estados Unidos retomaram os voos militares no aeroporto de Cabul, que tinham sido interrompidos devido ao caos provocado pela concentração de centenas de afegãos na pista, que desesperadamente tentavam abandonar o país, após a tomada da capital pelos talibãs, grupo armado islâmico.

Segundo a Lusa, um funcionário da Casa Branca disse que Washington retirou nos últimos dias 3.200 pessoas do Afeganistão, número que o Governo norte-americano espera aumentar nos próximos dias.

Só na terça-feira, avança a agência portuguesa de notícias, foram repatriados 1.100 cidadãos norte-americanos e residentes permanentes, bem como as suas famílias, a bordo de 13 aviões militares.

"Agora que estabelecemos esse fluxo, esperamos que os números aumentem", disse o funcionário cita pelas agências France-Presse (AFP) e Efe.

De acordo com a reabertura do aeroporto de Cabul, o Pentágono prevê que os aviões militares descolem a um ritmo de um por hora.

O órgão de defesa americano acredita que é possível transportar entre 5.000 a 9.000 pessoas por dia, incluindo pessoal diplomático e colaboradores afegãos.

Até ao momento, cerca de 2.000 afegãos foram retirados do país pelos Estados Unidos, através de um visto especial, o SIV, criado pelo Congresso norte-americano para acolher refugiados que enfrentam ameaças por terem colaborado com Washington.

No Afeganistão, actualmente, há cerca de 11.000 pessoas que se identificam como "cidadãos norte-americanos", disse na terça-feira a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, durante a conferência de imprensa diária.

Os EUA revelaram também na terça-feira ter recebido garantias dos talibãs de que estes permitirão a passagem segura até ao aeroporto de Cabul dos civis que queiram abandonar o Afeganistão.

"Os talibãs informaram-nos de que estão preparados para proporcionar a passagem segura dos civis até ao aeroporto, e a nossa intenção é assegurarmo-nos de que cumprem esse compromisso”, disse Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional do Presidente norte-americano, Joe Biden, em conferência de imprensa na Casa Branca.

Neste sentido, segundo escreveu a Lusa, Washington está a negociar com os talibãs "o calendário" da retirada norte-americana, acrescentou Sullivan.

Os talibãs conquistaram Cabul no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em Maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO.

Face à brutalidade e interpretação radical do Islão que marcou o anterior regime, os talibãs têm assegurado aos afegãos que a “vida, propriedade e honra” vão ser respeitadas e que as mulheres poderão estudar e trabalhar.