Divulgado, no dia 23 de Fevereiro de 2023, no âmbito do ciclo anual de conferência do Banco Nacional de Angola (BNA), o estudo sobre o "Funcionamento do Mercado Informal" na capital do País, indica que em dez comerciantes informais, oito comercializam bens de produção nacional.
Os bens de produção nacional mais vendidos nos mercados informais são: batata rena, banana; fuba de bombó; batata-doce; tomate; carne bovina; carne suína; ovo; miudezas de carne e o pão.
A investigação do ISPTEC concluiu também que produtos como coxa de frango, farinha de milho e massa alimentar são exportados e "é possível identificar os principais grupos importadores".
O estudo apresentado por Carlos Lopes e Alexandre Ernesto, docentes e investigadores do Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC), revela que a província de Luanda possui pelo menos 120 mercados informais, 15 dos quais têm mais impacto na economia e "funcionam como um todo".
Em referência a pesquisa, Alexandre Ernesto afirmou que os mercados do Catinton, no Kilamba Kiaxi; Quilómetro 30, Viana, e do Quicolo, Cacuaco, são os principais; juntos albergam mais de 15 mil comerciantes do segmento informal da economia.
Os mercados do Catinton e Quilómetro 30, avançou Alexandre Ernesto, são abastecedores dos restantes. Nesta condição, o segundo é o principal fornecedor do mercado do autódromo, no município de Belas. "Fazem um corredor logístico, curiosamente, envolve a via expressa".
A pesquisa do Centro de Investigação Científica do ISPTEC, segundo os promotores, pôde identificar que parte dos 23 bens de consumo que têm pressionado o Índice de Preço no Consumidor (IPC) são produzidos internamente.
Tiago Dias, vice-governador do Banco Nacional de Angola disse ser importante conhecer a dinâmica do mercado informal na economia, razão pela qual foi solicitada ao ISPTEC para com os Departamentos de Estudos Económicos e de Estatística do BNA realizar um estudo que fornecesse dados sobre esta actividade económica.
"O Comité Executivo do BNA entendeu que os resultados tinham de ser partilhados com os diversos departamentos ministeriais, mas também com o público. Temos informação que pode ajudar na melhoria das políticas pública", afirmou o vice-governador do banco central.