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EUA doam 11,1 milhões de dólares para desminagem em Angola

António Nogueira
20/10/2020
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Foto:
DR

Com este investimento, os EUA declaram ter já contribuído com mais de 145 milhões de dólares, desde 1995 até à presente data, em apoio às mesmas causas.

O governo dos Estados Unidos da América (EUA) anunciou uma doação adicional de 11,1 milhões de dólares para novos projectos de desminagem humanitária e de gestão de inventário de armamento em Angola.

Em comunicado, distribuído à imprensa esta segunda-feira, 19, os EUA declaram ter já contribuído com mais de 145 milhões de dólares, desde 1995 até a presente data, em apoio às mesmas causas em Angola.

“Os Estados Unidos continuam a ser o maior doador bilateral para o processo de desminagem humanitária em Angola e apoiam fortemente o objectivo do Governo de Angola de limpar em segurança todos os campos minados no país até 2025”, lê-se no comunicado.

De acordo com a embaixadora norte-americana em Angola, o apoio dos EUA à desminagem humanitária, no país, já resultou na destruição de mais de 218.000 minas terrestres e outros engenhos explosivos, bem como na devolução segura de mais de 463 quilómetros quadrados de terra à população.

O investimento adicional vai reforçar décadas de uma estreita parceria entre os EUA e

Angola que incluirá, segundo a diplomata, 8,6 milhões de dólares em financiamento para apoiar a desminagem humanitária levada a cabo pela ONG HALO Trust (HALO) e para expandir a capacidade operacional da organização Mines Advisory Group (MAG).

Ao abrigo do mesmo pacote financeiro agora disponibilizado, 14 equipas de desminagem desminarão campos classificados como de alta prioridade e antigas áreas de batalha nas províncias de Bié, Cuando Cubango e Moxico. As operações no Cuando Cubango incidirão na bacia do Rio Okavango.  

Globalmente, segundo a nota da Embaixada norte-americana em Angola, os projectos pretendem devolver ao uso produtivo mais de 4,2 quilómetros quadrados de terra e destruir mais de 9.600 engenhos explosivos, “que irão beneficiar a segurança e a protecção de mais de 48.000 angolanos”.

Parte do pacote financeiro agora disponibilizado, cerca de 2,5 milhões de dólares, deverão servir para financiar programas de gestão de inventários de armamento para apoiar a parceria entre as forças de segurança angolanas, a HALO e a MAG para destruir armas obsoletas, engenhos explosivos e munições, bem como melhorar a segurança física dos depósitos de munições.  

Esses projectos, segundo a embaixada dos EUA em Angola, irão reabilitar e construir 16 instalações de armazenamento e treinar seguranças de depósitos para proteger armas, evitar acidentes e impedir que actores ilícitos acedam essas armas.  

“Desde 2006, os Estados Unidos apoiaram a destruição de 107.900 armas ligeiras e de pequeno calibre em excedente e mais de 588 toneladas métricas de munições obsoletas e excedentes para aumentar a segurança dos cidadãos angolanos”, refere-se na nota distribuída aos jornalistas.

Por outro lado, destaca-se ainda, no documento, que a assistência dos EUA também apoia directamente o desenvolvimento de oportunidades económicas, promovendo condições para apoiar o crescimento económico em Angola, incluindo apoio ao ecoturismo na região do Okavango e outras oportunidades de investimento.

Como líder mundial na destruição de armas convencionais, os Estados Unidos terão já investido mais de 3,7 mil milhões de dólares em mais de 100 países, desde 1993, para promover as prioridades de segurança, estabilidade e desenvolvimento económico, segundo os dados oficiais.