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FAO capacita formadores de Escolas de Campo de Agricultores

Cláudio Gomes
17/8/2020
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Foto:
DR

Um total de 40 técnicos concluíram, recentemente, no Kwanza Sul, no município da Gabela, o segundo módulo do curso de Formadoras e Formadores Mestres de Escolas de Campo promovido pela FAO.

Trata-se de 40 técnicos do Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA), da ONG CODESPA e do Instituto Superior Politécnico do Kwanza Sul (ISP), que estão em intensa actividade de capacitação, desde o início de Agosto, enquadrados no Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Familiar e Comercialização (SAMAP).

De acordo com um comunicado a que a Economia&Mercado (E&M), o projecto abrange pelo menos cinco municípios da província do Kwanza Sul, numa iniciativa da FAO e do IDA, afecto ao Ministério da Agricultura e Pescas (MINAGRIP).

Focado nas “Escolas de Campo de Agricultores (ECAs), que funcionarão como ferramentas de extensão para o desenvolvimento rural do país, o comunicado da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o curso tem a duração de quatro meses, com aulas teóricas e práticas na primeira quinzena do mês e actividades práticas de campo na segunda quinzena.

O objectivo do Projecto SAMAP é aumentar a produtividade, produção e comercialização da agricultura familiar para culturas e criações selecionadas nas áreas de abrangência do projecto, através da constituição e fortalecimento de 750 Escolas de Campos de Agricultoras e Agricultores (ECAs), nas províncias de Kwanza Sul e Huíla e pretende beneficiar 30 mil famílias rurais.

Com duração de três anos, o SAMAP conta com um orçamento de 4,5 milhões de dólares, financiado pelo Fundo Internacional e Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e Governo de Angola, cuja execução e apoio técnico está a ser garantido pelo Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA) e da FAO.

“O projecto busca actuar em factores que bloqueiam as cadeias de abastecimento e valor agrícola”, refere o comunicado do FAO, apontando como exemplos, a extensão, irrigação, melhoria da produtividade, agricultura sustentável e adaptação às mudanças climáticas, gestão pós-colheita, agregação de valor e, sobretudo, os vínculos de mercado.

Conforme informação disponibilizada, a ECA é uma metodologia participativa de capacitação baseada nos princípios da educação de adultos. “São escolas sem paredes onde os agricultores familiares aprendem-fazendo, observam, analisam, trocando experiências e a tomam decisões para resolver os seus problemas individuais e da comunidade”, lê-se.

Neste sentido, a representante da FAO em Angola, Gherda Barreto, que acompanhou o encerramento do segundo módulo da formação, no município da Gabela, salientou que o SAMAP aborda dois aspectos críticos para o desenvolvimento agrícola em Angola.

O primeiro aspecto delineado pela responsável é a necessidade de aumentar a capacidade institucional por meio da capacitação, tanto a nível nacional quanto nas áreas do projecto.

Já o segundo ponto crítico identificado por Gherda Barreto é a qualificação da produção agrícola e do acesso e construção de mercado para os produtos da agricultura familiar.

Ainda neste sentido, representante da FAO em Angola, citada no comunicado a que nos referimos, destacou a importância da implementação de projectos como o SAMAP que pretendem potenciar o “Feito em Angola”.

Segundo Gherda Barreto o projecto reforça “todos os âmbitos da comercialização, apostando na formação de jovens em ulheres das comunidades rurais”.

As Escolas de Campo foram introduzidas em Angola em 2005 pela FAO, em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA) do Ministério da Agricultura, e parceiros internacionais.