A Fundação Mo Ibrahim enaltece o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM) por adicionarem um terceiro assento para África nas suas respectivas diretorias. Esta medida representa um passo significativo no sentido de melhorar a representação do continente africano no sistema multilateral internacional e financeiro, que a Fundação Ibrahim tem defendido constantemente.
De acordo com esta fundação, diversificar as perspectivas e equilibrar os processos de tomada de decisão é a única forma de garantir a eficiência e a sustentabilidade do multilateralismo.
Actualmente, o FMI África tem o maior número de membros (54/190) e de programas (46,8% entre 2000-2023), mas apenas 6,5% das acções com direito a voto – o mais baixo de qualquer região do mundo, excepto a Oceânia.
No Banco Mundial, África tem o maior número de países elegíveis para a Assistência Internacional ao Desenvolvimento (AID) (40/75) e de empréstimos (52,0% entre 2012-2021), mas apenas 11% das acções com direito a voto.
Este desenvolvimento, segundo a Fundação Mo Ibrahim, ocorre após a implementação de um assento africano permanente no G20, o que mostra que a reforma multilateral global está a ganhar impulso.
Entretanto, Mo Ibrahim, fundador e presidente da fundação com o mesmo nome, interroga-se num comunicado datado de 9 de Outubro de 2023 a que tivemos acesso, tratando-se da governação do sistema financeiro multilateral, como é que esta pode ser justo e eficaz se algumas vozes de accionistas superam as da maioria global e excluem África – que representa quase 20% da população global e é um núcleo central?
Em resposta ao seu questionamento, Mo Ibrahim não tem dúvidas de que o aumento da representação africana no FMI e no Banco Mundial garantirá uma tomada de decisões mais justas e eficazes, mas também uma maior responsabilidade na implementação e responsabilização pelos resultados.