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General Zê Maria afirma que documentos em sua posse custaram ao Estado 2,4 milhões de dólares

Redacção_E&M
13/9/2019
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Foto:
DR

Os documentos referentes à Batalha do Cuito Cuanavale, mote do julgamento a que está submetido o general Zê Maria, que recusou-se a devolver, custaram ao Estado angolano 2,4 milhões de dólares.

A informação sobre o valor supostamente aplicado para obtenção dos referidos documentos foi tornado público esta semana, em Luanda, pelo ex-chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM) durante o segundo dia de julgamento que decorre no Supremo Tribunal Militar.

O general está a ser julgado sob acusações de extravio de documentos que contêm informações de carácter militar e de insubordinação, por este não ter acatado eventuais ordens de um superior hierárquico, segundo acusação procedente.

Segundo o Jornal de Angola, o general terá recebido o respectivo montante do gabinete do ex-Presidente da República José Eduardo dos Santos para aquisição dos referidos documentos que contêm informações necessárias para compilar a história da Batalha do Cuito Cuanavale.

Na tentativa de recuperar os referidos documentos, o actual chefe do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE), general Fernando Garcia Miala, chegou a ter um encontro com o general Zé Maria no parque de um restaurante na Ilha de Luanda, na expectativa de convencê-lo a entregar o acervo que, entretanto, foi infrutífero porque o réu negou-se a devolver os arquivos contendo informações militar.

Com efeito, ontem, em Tribunal, José Maria justificou a não entrega dos documentos com a alegação de que o general Garcia Miala não se fez acompanhar de qualquer instrumento que o legitimasse a solicitar os mesmos. “Nunca o senhor Miala me deveria contactar sem exibir um documento que o legitimasse”, afirmou.

O réu terá condicionado, também, a entrega dos documentos à realização de um encontro entre o ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, e o actual Chefe de Estado, João Lourenço.

Em relação os documentos que retirou do SISM e que estavam na Fundação José Eduardo dos Santos (FESA), António José Maria disse que era pretensão do ex-Presidente, “Dos Santos”, criar um centro de estudos estratégicos, cujo objectivo seria, entre outras coisas, levar ao conhecimento da juventude a agressão dos sul-africanos a Angola.