O governo moçambicano prevê um crescimento económico médio de 5,1% até 2027, com o Produto Interno Bruto (PIB) a atingir cerca de 1,9 mil milhões de meticais (pelo menos 31,3 mil milhões de dólares) nesse período, impulsionado pela estabilidade da moeda, pelo aumento da produção e exportação de gás natural e por outros factores macroeconómicos, de acordo com o relatório de riscos fiscais 2025.

Elaborado pelo Ministério da Economia e Finanças (MEF), o relatório analisado esta terça-feira, 3 de Setembro, pelo Diário Económico, explica que este crescimento será sustentado pela exportação de gás natural da Área 4 na bacia do Rovuma (Coral Sul), que continuará a gerar receitas significativas. 

Além disso, refere ainda que o arranque do projecto Coral Norte, liderado pela Eni, previsto para 2027, deverá contribuir para a expansão da produção de gás, reforçando o desempenho económico do país.

“Apesar de um cenário médio de crescimento estimado em 5,1% para o período 2025-27, um cenário alternativo, mais pessimista, projecta um crescimento de 4,6% se sectores como a agricultura, pescas, construção e comércio tiverem um desempenho abaixo das expectativas”, escreve o DE, explicando que este cenário menos favorável poderá resultar numa quebra de 15,5 mil milhões de meticais (pelo menos 245 milhões de dólares) na arrecadação de receitas públicas e afectar negativamente o saldo primário do Estado.

Em termos de PIB nominal, com o contributo do sector do gás, estima-se que aumente de 1,5 mil milhões de meticais (pelo menos 24,2 mil milhões de dólares) em 2024 para 1,9 mil milhões de meticais (pelo menos 31,2 mil milhões de dólares) em 2027. 

O crescimento real, incluindo a produção de gás, deve aumentar de 5,5% em 2024 para 5,8% em 2027.

Entretanto, o relatório do MEF refere que o fenómeno climático La Niña, que deve ocorrer entre Outubro de 2024 e Março de 2025, pode influenciar a redução da expansão económica de Moçambique de 5,1% para 4,4% no próximo ano.

Segundo o documento, o fenómeno climático La Niña deve trazer chuvas acima do normal para o centro e sul de Moçambique e poderá levar a um abrandamento do crescimento económico, que ficará 0,7 pontos percentuais abaixo da previsão inicial, devido ao impacto esperado nas atividades económicas em várias zonas do país.