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Grupo BGI demite trabalhadores

Cláudio Gomes
10/12/2018
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Foto:
DR

A cervejeira Ngola e a Coca-Cola, ambas do grupo francês BGI, desenvolvem desde quinta-feira processos de rescisão de contratos de trabalho que despedirá cerca de 94 trabalhadores.

Segundo o Jornal de Angola que indica a Angop como fonte principal, entre os trabalhadores abrangidos pela medida, 72 estão ligados à cervejeira Ngola e 22 à  fábrica de refrigerantes.

De acordo com este diário, fontes ligadas aos sindicato de trabalhadores das duas fábricas disseram tratar-se de um processo cujas negociações decorrem desde Agosto ultimo. Este processo prevê um pacote “especial” de indemnizações, com  acréscimo de 30% sobre os valores estabelecidos por lei, em casos de despedimento por iniciativa do empregador.

Por outro lado, a direcção de comunicação e marketing, que responde pelas duas empresas, segundo a Angop, recusou-se a prestar declarações sobre o assunto, remetendo-o à responsabilidade do director-geral, João Águas Lusa Pires, ausente da provincial de Luanda.

Numa entrevista aquando de uma visita ao Lubango, o secretário-geral do Sindicato das Indústrias de Bebidas e Similares de Angola, Gonçalves João Brandão, admitiu que o despedimento é uma má opção. Gonçalves João Brandão disse que há uma tentativa de diálogo permanente com as indústrias desde 2015, para que em vez de despedimentos colectivos se procurem negociações colectivas. Gonçalves João Brandão admitiu serem já “milhares” os  trabalhadores destas indústrias  despedidos.

Como consequência dos despedimentos, anunciou Gonçalves João Brandão, o número de filiados no sindicato baixou consideravelmente nos últimos anos, tendo passado de cerca de 15 mil em 2014 para pouco mais de  seis mil.

Detida pelo Estado até à década de 1990, passou para a gestão privada no quadro do primeiro processo de privatização de empresas públicas, tendo já passado por diversos titulares.