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IFC e Hemera Capital Partners pretendem facilitar financiamento para o mercado

Cláudio Gomes
18/6/2021
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Foto:
DR

A parceria vai ajudar o país a fortalecer o mercado de capitais e a canalizar novas fontes de financiamento para as empresas angolanas que necessitem de capital de giro, anunciaram as instituições.

Disponibilizado esta semana, a IFC e Hemera Capital Partners informaram que vão trabalhar com os diferentes intervenientes do mercado, tendo em vista a estruturação de um veículo de investimento que irá impulsionar a negociação no mercado secundário de obrigações do país.

Com o objectivo de atrair mais investidores locais e internacionais, as instituições consideram que os mercados de capitais locais podem proteger uma economia dos fluxos de capitais voláteis, reduzir a dependência de um país da dívida externa.

No mesmo sentido, podem fornecer financiamento de risco, aumentando o acesso ao financiamento a longo prazo e em moeda local, para o sector privado, um  factor-chave para o crescimento das empresas e geração de emprego.

O administrador executivo da  Hemera Capital Partners, Miguel Raposo, considerou, entretanto, que "o mercado de capitais em Angola, ainda que numa fase inicial de desenvolvimento, tem o potencial para impulsionar o  sector privado de Angola".

Por sua vez, o gerente do IFC para Angola, Hector Gomez Ang, afirmou que quando este veículo de investimento for implementado ajudará a canalizar liquidez tão necessária às empresas privadas e representará um passo importante no desenvolvimento do mercado de capitais local como fonte de financiamento para o sector privado de Angola.

Já o gestor do departamento Global de Upstream, Adel Meer, o mercado de capitais de dívida é um mecanismo importante para dar uso da poupança interna – nomeadamente, a que é gerida por fundos de pensões e outros investidores institucionais – para financiar empresas produtivas na economia local.

O comunicado salienta que o governo angolano é actualmente o único emitente activo de obrigações no país, enquanto que as instituições financeiras têm sido as principais investidoras nestas obrigações.

“A recessão recente, causada pela queda do preço do petróleo e exacerbada pela Covid-19, levou a uma crise de liquidez no mercado secundário de obrigações. As empresas que detêm títulos públicos, a maioria devido a regularização de atrasados pelo Estado, enfrentam dificuldades para negociar e convertê-los em dinheiro devido ao número limitado de compradores”, pode-se ler no comunicado, que refere que o mercado de Obrigações do Tesouro emitido para a regularização de atrasados ande, em torno de 1,5 mil milhões de dólares norte americanos.

A IFC—parte do Grupo Banco Mundial—é a maior instituição global de desenvolvimento voltada para o sector privado nos mercados emergentes, com trabalhos feitos em mais de 100 países. Durante o exercício financeiro de 2020, a instituição investiu 22 bilhões de dólares em empresas privadas e instituições financeiras nos países em desenvolvimento.

Já a Hemera Capital Partners, empresa independente de gestão de activos e consultoria financeira com foco na África Austral, que opera em Angola como uma empresa de gestão de activos regulada pela Comissão de Mercados de Capitais. Actualmente gere cinco veículos de investimento regulados, de diferentes classes de activos que vão desde o mercado monetário ao imobiliário.

Em Dezembro de 2020 a Hemera Capital Partners registou um total de activos sob gestão de 233 mil milhões de kwanzas, o equivalente a 350 milhões de dólares norte americanos.