O evento que decorreu em Berlin altura em que o Presidente da República de Angola, João Lourenço efectua a sua primeira visita oficial àquele país da Europa, tendo como prioridade o reforço da cooperação económica entre os dois países.

Acompanhado por uma delegação composta por nove ministros, o Chefe do Executivo angolano considerou, durante o discurso, ser oportuno a criação de uma Câmara de Comércio entre os países capaz de potenciar investidores, tendo em vista o fomento empresarial.

“É evidente que existem novas e inúmeras oportunidades de cooperação bilateral por explorar e desenvolver, justificando-se já a criação entre nós de uma Câmara de Comércio, para apoio aos empresários que pretendam investir no mercado angolano e para o fomento de pequenas empresas mistas”, vaticinou, tendo convidado os 150 empresários daquele país a investirem em Angola.

A semelhança do seu discurso no Parlamento Europeu, João Lourenço informou aos homens de negócio que as medidas até agora implementadas visam assegurar os direitos dos agentes económicos e dos cidadãos.

Combater de modo mais efectivo a corrupção e a impunidade, defender a transparência nos negócios, assegurando assim a defesa dos direitos e garantias de todos os cidadãos e dos agentes económicos

O Estadista recorreu à “conjuntura internacional”, para justificar o aumento considerável da dívida com os operadores nacionais e estrangeiros, salientando a escassez de divisas como factor primordial.

“Em razão da conjuntura internacional, as condições financeiras do Estado angolano deterioraram-se de modo significativo a partir de 2014, facto que gerou a dificuldade de liquidação de operações em moeda estrangeira e o consequente aumento de dívidas para com as empresas nacionais e estrangeiras”, reconheceu, avançado que a dívida pode vir a ser “saldada ainda no decorrer do presente ano”.

Na sequência o Dirigente apontou as medidas de estabilização da dívida para dar resposta as dificuldades decorrentes da não liquidação das operações em moedas estrangeiras.

“O Governo angolano iniciou um processo de certificação e validação de dívidas, e as empresas alemãs que a ele aderiram, têm visto os seus atrasados a ser regularizados de forma gradual”.

Na ocasião o Dirigente informou sobre vários instrumentos jurídicos que foram assinados no âmbito do reforço da cooperação entre os dois países, destacando o Acordo de Promoção e Protecção Recíproca de Investimentos, a Declaração Comum de Intenções, a constituição da Comissão Bilateral Angola-Alemanha, o Regulamento Interno do Grupo de Consulta Angolano-Alemão sobre temas de economia.

Os dois Governos analisam a Convenção para a prevenção da Dupla Tributação e da Evasão Fiscal, além de acordos e memorandos nas áreas da saúde, das finanças, dos transportes aéreos, da supressão de vistos em passaportes diplomáticos e de serviço, da agricultura e florestas.

Trocas comerciais

Balança comercial As trocas comerciais entre os dois países atingiram cerca de 300 milhões de euros, tendo registado níveis elevados em 2008, quando  atingiram 800 milhões de euros, ultrapassando os 500 milhões de 2007. As relações entre os dois países iniciaram nos finais da década de 70 e início de 80, tendo como suporte da referida cooperação a assinatura de um memorando de entendimento sobre uma parceria estratégica a nível da cooperação económica.

João Lourenço termina a visita oficial a maior economia da Europa na quinta-feira (23).