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PATROCINADO

Mal com eles, pior sem eles

Cláudio Gomes
11/4/2019
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Foto:
Carlos Aguiar

Em finais de Janeiro, os trabalhadores dos Caminhos de Ferro de Luanda travaram uma luta pela melhoria das suas condições laborais, que resultou na paralisação, parcial e depois total, dos comboios.

Enquanto durou a paralisação parcial e total, a população viu a sua vida encarecer devido às dificuldades para conseguir meios de transportes alternativos, tendo em conta a falta de capacidade financeira para se transportar de táxi por conta do poder de compra que está cada vez mais reduzido.

A famosa estação do Bungo, localizada junto ao Porto de Luanda, é ponto de partida e chegada para muitos passageiros, desde as primeiras horas da manhã.

Depois de um período de interrupção da circulação dos comboios, devido à greve dos trabalhadores dos Caminhos de Ferro de Luanda (CFL), os passageiros aguardavam ansiosos, dentro e fora da sala de embarque, uns sentados e muitos outros em pé. Destinos diferentes, porém o mesmo objectivo: a luta por um lugar no comboio de terceira classe. Afinal, a viagem custa apenas 30 Akz, daí que seria difícil acomodar os mais de 350 passageiros que aguardavam pela chegada da composição.

João Pedro, funcionário bancário que anda regularmente de comboio há mais de 10 anos, diz que tal situação é recorrente, pois o custo da viagem é muito mais acessível do que o dos transportes rodoviários, nomeadamente táxis. “É muita gente e as carruagens são poucas”, comentou, aconselhando-nos que, por prevenção, comprássemos água para beber. “Podem sentir-se asfixiados”, alertou.

E lá veio o comboio. A falta de ventilação denunciava, antecipadamente, o desconforto porque passaríamos. Cada carruagem tem 12 janelas, seis à direita e seis à esquerda, e o oxigénio entra por um pequeno “orifício” que mede cerca de 1,5 cm de largura e 25 cm altura, o equivalente a dois palmos. Luís Manuel Carlos, morador do bairro Vila Flor, município do Cazenga, por onde passa o comboio, disse que, normalmente, é durante o período da manhã e ao fim da tarde que mais se verificam enchentes e, infelizmente, alguns incidentes.

Leia mais na edição de Março de 2019

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