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Matéria-prima constitui constrangimento ao empresariado nacional

Joaquina Dungue
31/3/2023
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Foto:
Isidoro Suka

A aquisição de matéria-prima é um dos constrangimentos para a actividade empresarial nacional.

Este é o entendimento de algumas empresas que participam da 5ª edição da Expo-Indústria/2023, que decorre de 29 de Março a 1 de Abril, na Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo.

Em declarações à Economia & Mercado, Paula Quintas, Head of Marketing da empresa ABC Cosmetics defende benefícios fiscais para os fabricantes de produtos, no sentido de facilitar a aquisição de matérias-primas.  

“Os fabricantes deveriam ter benefícios de impostos nas matérias-primas que precisam importar para produzir”, diz acrescentando que, existem muitos constrangimentos em actuar no mercado nacional não só devido às matérias-primas, mas sobretudo pelas importações paralelas.

“Nós consideramos que sempre que exista uma necessidade nacional de satisfazer a procura, as taxações sobre os produtos importados deveriam aumentar”, defende a empresária.

Mais adiante apelou aos fornecedores locais para desenvolverem competências, no sentido de dar resposta aos produtos que podem ser adquiridos internamente.

Instada sobre o que deve ser melhorado no sector em que actua, Paula Quintas defende maior atenção aos custos que o país tem como a energia.

De custos não é tudo. A coordenadora de vendas da empresa REEM PLÁSTICOS, Ester Bundo fala dos custos com a importação de matérias-primas.

Sem avançar o valor exacto, Ester Bundo diz que os custos variam de acordo com o mercado.

A empresa REEM PLÁSTICOS fabrica produtos plásticos e está no mercado nacional há cinco anos, tendo uma força de trabalho de 100 colaboradores.

Outra empresa de produção de plásticos é a ICC Angola, um grupo comercial que actua no mercado nacional há já 25 anos. Tem igualmente como core business a comercialização de marcas internacionais.

Ela importa grande parte da sua matéria-prima e participa da 5ª edição da Expo-Indústria/2023 para encontrar fornecedores locais.

“Queremos aproveitar a nossa presença para encontrar fornecedores de matérias-primas. Haver vamos se no final desses quatro dias de feira possa aparecer um fornecer localmente”, disse Gaudêncio Gameiro, desenvolvedor de negócios.

Para aquele responsável, as empresas têm de ser resilientes a cada obstáculo que aparece, desde a incapacidade de fornecimento de energia e de água.  

“Isso vai sempre encarecer o produto final, mas acreditamos que num curto período tendo em conta as políticas públicas, naturalmente, estes desafios podem ser superar”, afirma esperançado.

A 5ª edição da Expo-Indústria/2023 arrancou ontem com 238 expositores nacionais e internacionais, numa área de 2 mil metros quadrados de exposição, cuja força da produção nacional é evidente.

Ressalta à vista o agronegócio com 8%, artesanato 10%, banca e seguros 5%, comércio e distribuição 12%, construção civil 22%, indústria mobiliária 5% e têxtil 11%, petróleo e gás 8% restauração 11% e outros serviços 15%.

A Expo-Indústria é um dos maiores eventos que se realiza no país com reconhecimento internacional, assegurando definitivamente a sua condição de montra da exposição industrial nacional. É considerada uma “verdadeira vitrina da robustez da transformação” enquanto produção nacional do consistente emergente sector industrial.