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Média trimestral da inflação é 5%

Ladislau Neves Francisco
22/3/2022
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Foto:
DR

Relatório económico do terceiro trimestre do Centro de Estudos Económicos da Universidade Lusíada (CINVESTEC) indica que desde o primeiro trimestre de 2017, a média trimestral da inflação é de 5%.

Assim, o CINVESTEC recomenda que além da componente do crédito, deve aumentar-se a concorrência através da melhoria geral do ambiente de negócios, e chama atenção para a necessidade de abrir o investimento no comércio interno e de importação a todos os operadores, sem limitações administrativas desnecessárias, antes pelo contrário, incentivando a sua multiplicação.

Segundo documento a que a E&M teve acesso, o Instituto Nacional de Estatística (INE) usou constantemente preços empolados, sendo que para conseguir alguma consistência e proximidade a realidade, corrigiu (os preços da sua amostra para metade) em Janeiro de 2021 os preços que perduraram até Dezembro de 2020. (os preços de Dezembro de 2021, mas sem alterar os preços e os cálculos anteriores da inflação).

O Relatório Preliminar do CINVITEC diz que tudo indica que estamos a caminhar para a mesma situação, notando-se um claro desfasamento qualitativo entre a leitura do INE que retrata inflação crescente e acima dos 27% e a realidade dos mercados que mostra uma redução da generalidade dos produtos importados devido à taxa de câmbio.  

Bancos preferem dívida estatal ao crédito

O Centro de estudos económicos da Lusíada alerta para o facto de os negócios estarem a «reclamar» das elevadas taxas de juro, entretanto defende que os bancos têm razão em não querer emprestar, por conta da (das taxas de juro negativas, devido à inflação) inflação e do crédito malparado que anda à volta de 20%, sendo assim, o negócio duplamente ruinoso.  

O estudo dá ainda conta que a banca procura margens positivas noutros negócios, nomeadamente na dívida estatal, nos spreads cambiais, bem como nas comissões e outras despesas de serviços bancários ao crédito, o que ajuda a aumentar o peso do Estado que durante todo o ano de 2021 tinha mais de 50% dos recursos de crédito da economia.

Assim, recomenda que se procure estabilizar a taxa de câmbio real, não permitindo nem a penalização do consumo nem a perda de competitividade da indústria nacional e simultaneamente aproveitar a conjuntura actual para aumentar as reservas internacionais.