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Ministério da Saúde tem 30 dias para resolver reivindicações dos enfermeiros de Luanda

Cláudio Gomes
19/8/2021
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Foto:
DR

O ultimato é da comissão sindical dos enfermeiros de Luanda que convocou uma greve para esta semana, colocando entre a “espada e a parede” o MINSA que tem de atender pontos do caderno reivindicativo.

Apresentado em 2020, de acordo com a Lusa, os sindicalistas que representam os interesses da classe de enfermeiros da província de Luanda, reivindicam a falta de alimentação e de concurso público de ascensão de categoria, considerando o “elevado número de profissionais aumentou o seu nível académico”, nomeadamente da enfermagem, do diagnóstico terapêutico e outras especialidades, que segundo os reclamantes até aqui não são promovidos.
Neste sentido, o Ministério da Saúde goza apenas de uma moratória de 30 dias para resolver o imbróglio, que segundo o secretário-geral do Sindicato dos Enfermeiros, na segunda-feira, os profissionais de saúde chegaram a iniciar a greve, entretanto, a pedido da entidade empregadora, a greve foi suspensa com a promessa feita, em assembleia de trabalhadores, de resolução das reivindicações no prazo em referência.
Em entrevista  à agência Lusa, Afonso Kileba disse que, na segunda-feira, receberam um convite do gabinete provincial da Saúde de Luanda para um diálogo entre as partes.
“Esse encontro durou seis horas, estava difícil encontrar-se o consenso, posteriormente decidiu-se pela realização da assembleia de trabalhadores conjunta, para que a entidade empregadora, junto dos associados, pudesse falar aquilo que são as suas pretensões para resolver os problemas”, referiu.
Frisou que o caderno reivindicativo é do ano passado, negociado no dia 17 de Fevereiro de 2021, mas, passado este período, a entidade empregadora não se pronunciou.
“Nem sequer se predispôs a resolver pelo menos um dos pontos do caderno reivindicativo que na altura tinha sido negociado, entre eles a falta de condições de trabalho, nomeadamente a falta de materiais gastáveis nas unidades sanitárias da capital, falta de segurança”, enumerou Afonso Kileba.
O secretário-geral do Sindicato dos Enfermeiros sublinhou ainda a importância de se resolver a questão da segurança, porque muitos técnicos, principalmente no período noturno são agredidos por marginais e parentes de doentes, por falta de material gastável nas unidades sanitárias.
“Porque quase todas as unidades sanitárias não têm um corpo de segurança capaz de regular a entrada do pessoal dentro do hospital. Todos os familiares, cinco a dez pessoas, querem entrar e não encontrando material gastável tem sido motivo suficiente para agredirem os técnicos. Eu pessoalmente fui alvo [desta situação], tive que pular um muro de três metros para poder escapar”, exemplificou.
Segundo informação assumida pelo director do gabinete, referenciou o sindicalista, foram disponibilizadas 8.000 vagas para um concurso público de actualização a nível da capital. “Esperemos que isso aconteça a tempo recorde, razão pela qual essa assembleia foi necessária e também disse que num prazo recorde de 15 dias iriam resolver a questão da segurança e a alimentação”, realçou.
Afonso Kileba adiantou também que, face às promessas, decidiu-se pela suspensão da greve por 30 dias, para que as questões sejam resolvidas pela entidade empregadora.
“A plenária em unanimidade decidiu que a partir do dia 18 deste mês até dia 18 de setembro as coisas devem ser resolvidas. Se não for resolvida nesse período de tempo vai recorrer novamente a um comunicado de greve, mas para se levantar ou suspender apenas será possível com os assuntos resolvidos na prática, ela irá continuar até que os assuntos sejam resolvidos na prática sem a promessa de mais moratórias”, disse.

O ultimato foi dado pela comissão sindical dos enfermeiros de Luanda que convocou uma greve para esta semana, colocando entre a “espada e a parede” a entidade patronal que tem de resolver pontos de um caderno reivindicativo.