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PATROCINADO

Novamente a peste Bubónica?

Justino Pinto de Andrade
28/8/2020
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Foto:
Carlos Aguiar

Sem que tenha terminado o pânico gerado pela Covid-19 e sem se ter esclarecido as suspeitas quanto à sua origem e/ou responsabilidade, a China surpreende o Mundo, com outra notícia bombástica.

O país asiático terá detectado na Mongólia Interior (região autónoma), num camponês, todas as evidências da contaminação pela “Peste Bubónica”, uma pandemia de muito triste memória na História da Humanidade.

São várias as descrições históricas de catástrofes humanas atribuídas à “Peste Bubónica”. Refere-se, por exemplo, a “Peste dos Filisteus” (1320 a.C.), ou ainda a “Praga de Justiniano” (541 d.C.) desencadeada em Pelúsio, antiga cidade portuária do Baixo Egipto situada no extremo nordeste do delta do rio Nilo. Esta “Peste” ter-se-á alastrado por todo o Império Bizantino, matando 25% da sua população. Porém, tais descrições não mencionam concretamente os sintomas específicos da “Peste Bubónica”: febre alta, intensas dores corporais e de cabeça, falta de apetite, náuseas, vómitos e, inclusive, perturbação mental. Diz-se agora que o elevado número de mortos pode ter sido também causado pela ocorrência de outras doenças: varíola, sarampo, febre tifóide, muito comuns na época.

A partir do ano 1331, com origem na Ásia Central ou na Ásia Oriental, a chamada “Peste Negra” viajou ao longo da “Rota da Seda”, transportada por pulgas parasitas dos ratos instalados nos navios mercantes genoveses. Propagou-se para a Europa tocando, primeiramente, segundo se diz, a Crimeia. Devastou a Europa, matando, entre 1346 e 1350, entre 40% a 60% da sua população. Existem descrições de os cadáveres serem abandonados nas ruas, ou amontoados uns por cima dos outros, e depois queimados, pela evidente incapacidade para os enterrar. Sabe-se agora, porém, que, nessa ocasião, coexistiram as três estirpes de “Pestes” provocadas pela mesma bactéria “Yersínia pestis”: “Bubónica”, “Pneumónica” e a “Septicémica”, numa proporção de 77% para a “Peste Bubónica”.

Qualquer dessas estirpes resulta da transmissão da bactéria dos roedores para as pulgas parasitas e destas para os seres humanos. Costuma ser generalizada, embora incorrectamente, a designação “Peste Negra” para a “Peste Bubónica”. Na realidade, das três estirpes, a “Peste Negra” é somente a “Peste Septicémica”, aquela que provoca necrose nas mãos e nos pés.

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