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Paralisação gera perda de 400 milhões kz na facturação da Eciloffice

Joaquina Dungue
3/10/2023
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Foto:
DR

A empresa esteve paralisada para a reabilitação a fim de melhorar a infra-estrutura.

A empresa de mobiliário de escritório Eciloffice perdeu mais de 400 milhões kz na facturação, fruto da paralisação de seis meses, revelou o director Financeiro e DGO do grupo Azinor em Angola, Mário Jesus.

Em entrevista a revista Economia & Mercado, Mário Jesus informou que a empresa esteve paralisada para a reabilitação a fim de melhorar a infraestrutura da loja que apresentou um showroom de mais de 1200m². A reestruturação das instalações da nova Eciloffice, permitiu empregar mais de quinze jovens angolanos.

Sobre o investimento na nova loja, Mário Jesus avança que foram investidos, para a reabertura, cerca de 2 milhões USD.

A empresa que está presente no mercado angolano há 40 anos conta actualmente com 72 trabalhadores, destes três expatriados e 69 nacionais. A Eciloffice marca presença em Luanda e em Cabinda, também esteve presente no Lobito até finais de 2017.

“A conjuntura forçou a nossa saída no mercado do Lobito. Esperamos que se a conjuntura permitir, voltarmos a actuar naquela província. A loja do Lobito tinha 18 funcionários, destes três foram integrados na loja em Luanda e 15 foram para o desemprego”, lamentou.

Sobre os desafios em actuar em Cabinda, o gestor aponta  para a dificuldade no transporte de mercadorias. “Já mandamos mercadorias para Cabinda via aérea algo que não faz sentido, via terreste que demora muito tempo e a questão das condições em termos de infraestrutura que temos de melhorar”, disse.

Não faz muito sentido, continuou, que uma mercadoria importada para Cabinda tenha de ir a Luanda para fazer o transbordo para ir para Cabinda, isso seria ultrapassado se o porto de facto o permitisse, era imediato e implicaria simultaneamente uma grande poupança.

Mário Jesus revelou a E&M que a empresa pretende, nos próximos dois anos, montar a própria fábrica de produção mas assinala que tudo depende da conjuntura económica do País. “Só vamos montar a fábrica quando tivermos as condições todas  reunidas para o efeito, pessoas com formação, garantias de que conseguimos importar as máquinas que elas são pagas”.

O gestor acrescentou que a empresa teve um crescimento na casa dos 3,8 mil milhões kz no ano passado e este ano a ideia é crescer cerca de 25%, ou seja, que esteja muito próximo dos 5 mil milhões kz, o que no passado foi alcançado, isto em 2014, de lá para cá o mercado foi sempre a decrescer.

“Nós batemos no fundo e todo o mercado bateu no fundo na época da pandemia da COVID-19. O ano passado tivemos um crescimento de quase 102% face ao ano do COVID”, acrescentou.

As dificuldades para a aquisição dos produtos, segundo o responsável, se prendem com o expatriamento de capitais. “Nós também entendemos um bocadinho a dinâmica deste País e na realidade as divisas não chegam para tudo e temos o problema conjuntural”.

Mário Jesus afirma ainda que enquanto não existir estabilidade cambial é muito difícil qualquer negócio em Angola proliferar e muitos grupos vão se sentir obrigados a adiar projectos que têm para  o País.

Para melhorar o sector mobiliáriot, Mário Jesus entende que é necessário a criação de incentivos ao investimento com dedução fiscal em termos de imposto, o que poderá atrair mais investimento neste ramo de actividade.