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Peritos alertam para nova recessão da economia para Angola

Cláudio Gomes
15/5/2019
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Foto:
DR

As reformas em curso foram positivas para a economia angolana, segundo a Economist Intelligence Unit (EIU), que alerta para nova recepção económica ainda este ano.

De acordo o Jornal de Angola, que cita a revista britânica 'The Economist' os especialistas da EIU afirmam que apesar dos “anúncios de reformas parecerem positivos, tal como é positivo o empenho de João Lourenço em combater a corrupção, continua por se ver quão séria é a agenda de reformas”, sendo que “no curto a médio prazo, Angola vai continuar altamente vulnerável a mais choques no preço do petróleo”.

Em relação a análise feita ao Orçamento do Estado para 2019, que será submetido à aprovação final global em Dezembro na Assembleia Nacional de Angola, a Economist Intelligence Unit informa que “as iniciativas de reforma vão provavelmente ajudar Angola a diversificar a economia, aumentando a produção interna, incluindo na agricultura, e reduzir a dependência do país das importações”, mas o problema consiste no tempo de demora para que se sintam “os efeitos dessas iniciativas”.

Continuando, os analistas escrevem que Angola deverá enfrentar ainda este ano uma nova recessão económica, com uma contração em cerca de 1,1 por cento, o que representa uma forte revisão face aos 4,9 por cento de crescimento inicialmente segundo o previsto pelo Executivo.

“O crescimento em 2019 vai seguir-se a três anos consecutivos de recessão, coma economia a ter caído 2,6 por cento em 2016 e 0,1 por cento em 2017, de acordo com os últimos números do Governo”, escrevem os analistas, acrescentando que “a perspectiva mais conservadora de evolução da economia para 2019 (com uma previsão de crescimento de 2,8 por cento) reflecte uma postura prudente doGoverno.

Pela primeira vez, destaca o relatório, Angola planeia gastar mais na educação e na saúde, com 7 e 6 por cento, respectivamente, do que nos serviços de segurança e defesa, que vão receber 9 por cento do orçamento.

Em contrapartida, a maior despesa, continua a ser o serviço da dívida, que passou de 35 por cento em 2013 para ultrapassar os 70 por cento do PIB no ano passado e que representa 48 por cento das receitas do Executivo, descendo de 52 por cento, no ano passado, segundo um orçamento que coloca o preço do barril do petróleo nos 68 dólares e prevê que o país consiga bombear 1,67 milhões de barris por dia.

Ainda sobre a análise feita pela EIU ao Orçamento, destaca ainda como ponto positivo o aumento, em cinco vezes, da despesa reservada à agricultura, “particularmente importante para Angola” e que indica que “o Governo está a falar a sério sobre o investimento nos sectores produtivos, apesar de a percentagem deste sector no total da despesa ficar-se por uns decepcionantes 1,6 por cento”.