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Pilotos da TAAG põem fim a greve e dizem não haver motivos para aluguer de aeronaves

Cláudio Gomes
12/10/2022
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Foto:
DR

“A TAAG está a trabalhar na reprogramação global de voos (domésticos e internacionais) para acomodação dos passageiros, sendo que este processo poderá demorar entre dois a cinco dias", refere a nota.

Os pilotos da TAAG e associados do Sindicato de Pilotos de Linha Aérea (SPLA) levantam greve, iniciada na sexta-feira, 7 de Outubro, mas dizem não haver motivos para o aluguer de qualquer aeronave.

Em nota assinada hoje, terça-feira, 11, o órgão sindical lamenta os constrangimentos causados aos passageiros durante os cinco dias da greve, realçando a total disponibilidade dos profissionais para voltar a voar para o espaço nacional.

Sobre o aluguer das aeronaves, a administração da TAAG informou, igualmente, em nota distribuída hoje à imprensa que, além de contar com todos os seus pilotos agora disponíveis, as aeronaves alugadas para fazer face ao plano de contingência da TAAG irão continuar a operar de modo a acomodar o plano de viagem dos passageiros, bem como o rápido regresso aos níveis normais de disponibilidade de voo, sobretudo para atender as rotas mais congestionadas.

Informa também que após nova ronda de negociações a empresa e o sindicato chegaram ao acordo que culminou com o levantamento da greve dos pilotos. “A TAAG está a trabalhar na reprogramação global de voos (domésticos e internacionais) para acomodação dos passageiros, sendo que este processo poderá demorar entre dois a cinco dias”, lê-se na nota.

Apela os passageiros a fazerem o uso destes serviços para qualquer questão relacionada com a reprogramação de voos e promete que o serviço de call center e a rede de lojas TAAG irão activamente contactar os passageiros e clientes com orientações sobre os respectivos planos de voo.

Risco reputacional

O economista Daniel Sapateiro chama atenção para as consequências atrelados ao “risco reputacional” da companhia de bandeira nacional, bem como sobre a "degradação da imagem" da empresa de aviação civil que leva a bandeira da República de Angola.

Segundo o interlocutor que interveio hoje no programa radiofónico Economia Real, na Rádio Mais, com as constantes greves e reivindicações dos trabalhadores e clientes da TAAG o “risco reputacional” está sempre agregado à imagem da empresa.

No seu entender, houve algumas “fronteiras” que foram transpostas durante a greve. “A questão é que quando o problema sai da esfera da empresa e passa para a tutela, quer dizer que a empresa não teve capacidade para resolver um problema. Não é normal todos os dias haverem reivindicações e greves, mas é normal que as empresas têm que conviver, porque elas têm comissões de trabalhador e sindicatos da aviação civil que os representam”, sublinhou.

Para Daniel Sapateiro, os recursos humanos e a comissão executiva da TAAG tinham de se aproximar mais para resolver o “mais rapidamente possível” o problema, uma vez que “está em causa a viabilidade da empresa”.

De acordo com o economista, outra questão que esteve em causa desta greve, por via dos pilotos, e que veio colocar em cheque o crédito diante de potenciais investidores interessados em adquirir parte da empresa, é a contratação de outros aviões e de outras empresas sem a marca (Palanca), a cor laranja que é a cor da companhia aérea, bem como a falta de uniformes das tripulações contratadas.

Sobre o acordo entre as partes, disse ser importante, mas é também "fundamental saber qual é o conteúdo e as consequências do mesmo".

“Se o conselho de administração falava que era impossível chegar ao patamar das reivindicações salariais dos pilotos, e se houve um acordo é porque houve uma extensão das partes, um abdicar para se chegar a tal entendimento ou terá ouvido cedências”, realçou.

Em relação aos prejuízos da paragem forçada, apontou o custo com o pessoal, licenças, fornecimento de serviços externos, estruturas, seguros, perdas por não voarem, uma vez que haviam pessoas que pretendiam comprar bilhetes deixaram de comprar. “Temos que tirar uma aprendizagem disto tudo que é a sustentabilidade da companhia de bandeira nacional que está em fase de estudos para as privatizações”, disse.

A TAAG - Angola Airlines - foi fundada em 1938 e está baseada em Luanda, cidade capital. Por mais de 80 anos a TAAG tem vindo a conectar os angolanos através de

ligações domésticas e internacionais.