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Pobreza e violência na rota da migração para os EUA

Pedro Cardoso - Mexico
30/8/2019
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Foto:
DR

Em Outubro do ano passado, as caravanas de migrantes centro-americanas expuseram a fuga de milhares de pessoas das Honduras, Guatemala e El Salvador.

A mãe não deixou tirar foto de cara. Só de costas. Ele chama-se José Angel Galindo, tem nove anos e vem das Honduras. Atravessou o seu país e a Guatemala a pé até ao rio Suchiate, na fronteira com o sul do México. Esperou durante dois dias na ponte que liga os dois países. Escapou aos empurrões, ao sufoco, ao forçar dos portões fechados da fronteira mexicana e ao gás lacrimogéneo que tentou dispersar, em vão, uma multidão determinada.

Sem opção, abandonou, a correr, a ponte sobre terra de ninguém. “Acabei por atravessar o rio numa balsa de borracha e quando cheguei ao México comecei a correr, a minha mãe dava-me a mão e puxava-me”, conta, quando o conheci na Cidade do México no ano passado, onde esperava para avançar caminho.

José Angel é um dos milhares de migrantes centro-americanos que, há décadas, tentam chegar aos Estados Unidos. Nos últimos cinco anos, mais de 965 mil migrantes das Honduras, Guatemala e El Salvador foram detidos em situação irregular nos postos fronteiriços dos Estados Unidos – 46% dos quase dois milhões de migrantes ilegais contabilizados nesse período pela Polícia Fronteiriça norte-americana (CBP, na sigla em inglês).

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